Putin suspende proibição de fornecer mísseis antiaéreos ao Irã

  • Por EFE
  • 13/04/2015 11h53

Apesar do discurso oficial de indiferença em relação às punições do G-7 EFE/Alexey Nikolsky / Ria Novosti Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou nesta segunda-feira um decreto que suspende a proibição de fornecer sistemas de mísseis antiaéreos ao Irã, vigente desde 2010, informou o Kremlin.

O decreto elimina a proibição de passagem pelo território russo desses sistemas de mísseis, seu cruzamento pela fronteira russa e o fornecimento de sistemas S-300 ao Irã.

Pouco antes, o vice-ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, anunciou que a Rússia exigirá a suspensão do embargo internacional de armas a Teerã quando for feito o acordo nuclear com o Irã no fim de junho.

“A Rússia exige a suspensão como primeiro passo após o fechamento do acordo” definitivo sobre a política nuclear do Irã, disse Ryabkov.

Há poucos dias, o Irã e os países do Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, França, Reino Unido e Rússia mais Alemanha) chegaram a um acordo preliminar que prevê que o programa de enriquecimento de urânio iraniano seja limitado e supervisado por um período de até 25 anos, e estabelece que 95% do urânio já produzido seja diluído ou enviado ao exterior.

O tratado pactuado, que estabelece “controles rígidos” das atividades nucleares iranianas por parte da AIEA, também prevê a suspensão das sanções nucleares impostas pelos EUA e pela União Europeia contra o Irã.

Em 2010, o então presidente russo, Dmitri Medvedev, cancelou o contrato para o fornecimento dos S-300 em aplicação de uma resolução sancionadora da ONU que restringe a provisão de armas convencionais ao Irã.

De acordo com o contrato assinado em 2007, a Rússia deveria ter fornecido ao Irã pelo menos cinco baterias de sistemas móveis de defesa aérea S-300.

Os S-300 são similares aos Patriot americanos e capazes de perseguir e abater vários alvos simultaneamente a alturas de até 27 quilômetros, com alcance de até 200 quilômetros.

Essas baterias antiaéreas móveis são muito mais eficazes que os Tor-M1, que o Irã comprou da Rússia por US$ 700 milhões em 2005, contrato que Israel descreveu como uma “punhalada nas costas”.

O Irã, onde especialistas russos construíram a primeira usina atômica em Bushehr, com ajuda dos S-300 durante o conflito com Ocidente, pretendia garantir a defesa aérea devido a eventuais ataques dos Estados Unidos e de Israel.

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