Quase 2 mil civis morreram no Iêmen desde início de ofensiva, em março
Os intensos combates e a fragilidade do cessar-fogo unilateral decretado pelas forças da coalizão no Iêmen causaram a morte de pelo menos 202 civis entre 16 e 27 de julho, o que eleva para 1.895 o número de civis mortos desde o início do conflito, em março.
A apuração é do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, que assinalou que dos 202 civis mortos, 36 eram mulheres.
Os dados do Alto Comissariado indicam que desde que começaram a contabilizar vítimas, em 26 de março – data do início da atual ofensiva, pelo menos 4.182 civis ficaram feridos.
Segundo a última apuração do Unicef, morreram 365 crianças e 484 ficaram feridas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem outro registro de vítimas – civis e combatentes – baseado nos dados dos centros de saúde do país, muitos deles destruídos.
Segundo a OMS, até 19 de julho 3.984 pessoas morreram e 19.347 ficaram feridas, o que eleva o número total de vítimas registradas para 23.331 pessoas.
Taric Jasarevic, porta-voz da OMS, esclareceu que muitas vítimas nunca chegam a ser atendidas em um centro de saúde, por isso não são contabilizadas.
Estima-se que em 20 das 22 províncias do país o acesso à água é inexistente ou esporádico.
Cerca de 1,6 milhão de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição e precisam de ajuda urgente, e 80% da população precisa de assistência para sobreviver.
O país vive uma crise política desde 2011, que se aguçou com a ofensiva dos rebeldes houthis, que pegaram em armas em setembro do ano passado.
Em fevereiro, os rebeldes conseguiram controlar a capital, Sana, e obrigaram o presidente iemenita, Abdo Rabbo Mansour Hadi, a se exilar na Arábia Saudita.
No final de março, a Arábia Saudita formou uma coalizão de países árabes que bombardeou o Iêmen desde então, o que agravou a já desesperadora situação da população.
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