Quase 5 mil imigrantes morreram em travessias em 2014

  • Por Agencia EFE
  • 16/12/2014 11h46
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Genebra, 16 dez (EFE).- Quase cinco mil imigrantes morreram em 2014 ao tentarem chegar a países prósperos, o que torna este ano o mais mortífero desde que os registros são feitos, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) a dois dias do Dia Internacional dos Migrantes.

Até o momento, 4.868 pessoas perderam a vida na travessia para chegar a destinos onde acreditam que terão um futuro melhor, número duas vezes maior que as 2.378 mortes registradas em 2013.

O maior número de mortes ocorreu no mar Mediterrâneo, onde 3.224 pessoas morreram afogadas por tentarem a travessia em embarcações inadequadas para a navegação.

“Todos os países têm a obrigação internacional de salvar as vidas que precisam de ajuda. Cabe prosseguir com as operações de resgate nas águas internacionais do Mediterrâneo. A operação Tritão em curso é digna de elogios, mas abrange uma região muito pequena”, afirmou em comunicado o diretor-geral da OIM, William Lacy Swing.

A OIM teme que o número de mortes em alto-mar continue a aumentar se a União Europeia (UE) não conseguir iniciar uma operação de resgate consistente no Mediterrâneo em substituição da operação Mare Nostrum, que a Itália suspendeu.

Mais de 540 migrantes morreram no Golfo de Bengala e outros 307 perderam a vida na tentativa de atravessar a fronteira terrestre entre México e Estados Unidos.

No Chifre da África morreram 265 pessoas; 251 no leste da África; 74 no sudeste asiático; 66 no Caribe; 51 em outras partes da Europa que fora das costas do Mediterrâneo; e 34 em outras regiões (sendo 16 na América Central).

A OIM especifica que estes são apenas os dados registrados, mas sabe que há muitas mais mortes que não foram contabilizadas, por isso o número real é muito maior.

Globalmente, a maioria dos migrantes que perdem a vida saem da África Subsaariana (27%), do Oriente Médio e do Norte da África (19%) e do Chifre da África (13%).

“Uma grande parte das pessoas que morrem e das quais se desconhece a origem saem da África e do Oriente Médio, por isso as porcentagens citadas devem ser maiores”, especifica o texto.

Atualmente, uma a cada sete pessoas no mundo é migrante: 232 milhões de pessoas são migrantes internacionais, e 740 são migrantes internos.

A respeito dos migrantes “forçados”, atualmente os números são os mais altos desde a Segunda Guerra Mundial, com 16,7 milhões de refugiados e 33,3 milhões de deslocados internos.

Em relação à imigração irregular, as mais recentes estimativas sugerem que há pelo menos 50 milhões de migrantes irregulares no mundo, o que representa um quinto de todos os migrantes internacionais. Grande parte deles pagaram para serem auxiliados nos cruzamentos ilegais.

É estimado que cerca de três milhões de pessoas entram de forma ilegal nos Estados Unidos a cada ano. A União Europeia detectou 107 mil travessias ilegais em 2013 frente às 75 mil de 2012, um aumento de 48%.

Sírios, eritreus e afegãos foram as nacionalidades mais detectadas na UE. Os sírios representam um quarto de todas as identificações.

Em 2013 foram identificadas 345 mil pessoas que residiam irregularmente na UE. Segundo o Pew Hispanic Center, cerca de 11,1 milhões de pessoas viviam de forma irregular nos Estados Unidos em 2011.

Metade dos imigrantes do mundo residem em 10 países: Estados Unidos (45,8 milhões), Rússia (11 milhões), Alemanha (9,8 milhões), Arábia Saudita (9,1 milhões), Emirados Árabes Unidos (7,8 milhões), Grã-Bretanha (7,8 milhões), França (7,5 milhões), Canadá (7,3 milhões), Austrália (6,5 milhões) e Espanha (6,5 milhões). EFE

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