Queda de ciclovia no Rio completa um ano e mudanças só devem acontecer em 2019
O dia 21 de abril é lembrado pelo feriado de Tiradentes, mas no Rio de Janeiro, também será lembrado por outra tragédia. Há exatamente um ano, parte da ciclovia Tim Maia, recém-inaugurada em janeiro de 2016, desabou e matou duas pessoas. A estrutura foi levada por uma forte onda que varreu o tabuleiro da pista. Caíram no mar o engenheiro Eduardo Marinho, 54 anos, e o gari Ronaldo Severino da Silva, 61 anos.
De lá para cá, pouca coisa mudou e ficou apenas a constatação de um projeto mal feito, que não levou em consideração o fato de a ciclovia estar sendo construída em um costão em contato permanente com o mar.
O trecho entre Leblon-São Conrado, áreas nobres da zona sul, permanece interditado. A data da tragédia foi lembrada com homenagens, missa, encontro de amigos e protestos.
A família de Eduardo Marinho conseguiu um acordo indenizatório na justiça com a prefeitura. Mas a construtura Concremat-Concrejato, responsável pela obra, se recusou, até o momento, a fazer um acordo. De acordo com o CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro), os problemas são muito grandes, são estruturais. A expectativa é que só daqui a dois anos deverá se ter um diagnóstico do que fazer com a ciclovia. Um estudo foi encomendado junto ao Instituto Nacional de Pesquisas Hidrográficas, porém a análise leva em torno de dois anos.
Segundo o secretário municipal de Urbanismo, Infraestrutura e Habitação do Rio de Janeiro, Indio da Costa, neste momento há um impasse entre construtora e prefeitura para a reforma, pois a empreiteira quer mais recursos, independente das mortes e da tragédia. “Estão querendo ser remunerados por isso para melhorar uma obra cujo projeto e execução foi deles. Se eles não fizerem a recuperação da ciclovia de graça, eu vou trabalhar para a prefeitura pagar todos os imprevistos ecônomicos. Com isso, vamos tratar com o poder público enquanto não resolverem o problema da ciclovia do Rio de Janeiro”, disse o secretário.
Mesmo com o trecho do acidente interditado, ainda há pessoas que se arriscam a pé ou de bicicleta. Vale lembrar que a ciclovia custou aos cofres públicos R$ 44 milhões.
*Com informações do repórter Rodrigo Viga
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