Quero enterrar o último resquício da Guerra Fria, diz Obama em Cuba
O presidente Barack Obama pediu nesta terça-feira que haja liberdade política em Cuba, embora tenha reconhecido que entre os EUA e a ilha há grandes diferenças. O democrata afirmou ainda que vai buscar até o final do seu mandato enterrar o último resquício da Guerra Fria no continente.
Em um esperado encontro com a sociedade civil, transmitido pela TV estatal, Obama disse que seu país não vai impor o futuro de Cuba e que confia que ele será decido pelos cidadãos da ilha. Durante sua fala, o presidente dos EUA disse várias frases em espanhol, o que surpreendeu várias pessoas.
Obama assegurou que a prosperidade dos cubanos não depende somente da educação e da saúde, mas também da liberdade para expressar suas ideias sem ser detido e o direito à comunicação via internet.
“Creio no povo cubano. O futuro de Cuba está nas mãos de vocês. Cuba deveria ter eleições livres”, disse Obama, em espanhol.
Obama repetiu que o embargo econômico somente causa danos ao povo cubano e pediu que o Congresso dos EUA derrube estas restrições, que já duram mais de cinco décadas.
O presidente dos EUA realiza uma histórica visita a Cuba, naquele que já é considerado um dos maiores gestos diplomáticos da gestão Obama.
Nesta quarta-feira, Obama afirmou que sua presença busca “enterrar o último pilar remanescente da Guerra Fria nas Américas”.
O mandatário sustenta que ninguém ignora as diferenças de ambos os países: Cuba tem um sistema de partido único, além de manter um modelo econômico socialista.
Os cubanos acompanharam com euforia as falas de Obama.
“Foi fantástico, Obama se atreveu a dizer, na presença de mandatários do regime, que os cubanos têm direito de protestar pacificamente sem serem presos”, disse Juan Francisco Ugarte, aposentado de 71 anos.
Omardy Isaac, vendedor de 43 anos, assinalou que “os cubanos necessitam de todos os seus direitos”. “Sou muito a favor da democracia e estou muito contente com o discurso de Obama”, disse.
O presidente dos EUA vai encerrar a visita histórica de dois dias e meio a Cuba com uma reunião com um grupo de opositores ao castrismo, algo que, segundo a Casa Branca, foi um requisito para realização da viagem.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.