Reabertura de embaixadas será o foco da segunda rodada de diálogo EUA-Cuba

  • Por Agencia EFE
  • 21/02/2015 01h30

Washington, 20 fev (EFE).- A segunda rodada de diálogo entre Estados Unidos e Cuba, que acontecerá na sede do Departamento de Estado, em Washington, no próximo dia 27, se concentrará na reabertura de embaixadas.

“As conversas serão focadas em temas relacionados com a reabertura das embaixadas, incluindo as funções dos diplomatas em nossos respectivos países”, explicou o Departamento de Estado em uma nota emitida nesta sexta-feira.

“Uma embaixada dos Estados Unidos em Havana nos permitiria promover nossos interesses e valores de maneira mais efetiva, e aumentaria nosso compromisso com o povo de Cuba”, acrescentou o Departamento em comunicado.

Esta será a segunda rodada de negociações entre EUA e Cuba desde o início, em dezembro, do histórico processo para retomar as relações diplomáticas bilaterais, depois das reuniões mantidas no final de janeiro em Havana.

A delegação de Cuba voltará ser liderada pela diretora para os Estados Unidos da Chancelaria de Cuba, Josefina Vidal, enquanto a secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, liderará de novo a representação de Washington.

Nos dias 21 e 22 de janeiro, as delegações dos dois países reunidas em Havana traçaram um roteiro para retomar as relações bilaterais, que em sua etapa inicial tem a reabertura de embaixadas como um dos principais objetivos.

Roberta destacou naquele momento que as negociações serão um processo longo e complexo, dadas as “profundas diferenças” bilaterais, mas que acreditava que isso não representaria um obstáculo para o restabelecimento de laços diplomáticos, rompidos desde 1961.

Durante seu primeiro encontro em Cuba, as delegações dos dois países trocaram propostas sobre as cotas de pessoal diplomático das embaixadas e o tipo de credenciamento que terá o restante dos funcionários da missão.

Para o governo cubano, é essencial que os Estados Unidos eliminem o embargo sobre a ilha – algo que só o Congresso americano pode fazer – e que Cuba seja retirada da lista de países patrocinadores do terrorismo elaborada pelo Departamento de Estado.

Outro dos pontos de atrito frequente entre os países é o tema dos direitos humanos, um assunto que, segundo Roberta Jacobson, foi tratado na reunião de janeiro porque “será fundamental” na normalização de relações. No entanto, Josefina negou que essa questão tivesse sido abordada nas conversas.

O governo de Barack Obama começou a dar passos para a abertura e anunciou recentemente que autorizará as importações de alguns bens e serviços do setor privado de Cuba, mas com grandes exceções.

Além disso, em janeiro, os Estados Unidos anunciaram a suavização das sanções que limitavam as viagens de americanos e proibiam as trocas de bens e capital com Cuba, o que permite, entre outras coisas, o uso de cartões de crédito americanos na ilha. EFE

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