Rebeldes do Sudão do Sul estão “preparados” para implementar acordo de paz
Nairóbi, 27 ago (EFE).- A facção dos rebeldes do Sudão do Sul no Quênia disse nesta quinta-feira em Nairóbi que “está preparada” para implementar o acordo de paz, assinado ontem pelo presidente do país, Salva Kiir, e garantiu que esta será “uma paz sustentável e duradoura”.
Os rebeldes do Movimento de Libertação Popular do Sudão do Sul (SPLM) assinalaram que “não haverá reservas” no acordo de paz alcançado, como apontou o presidente do país após assiná-lo ontem em Juba, capital do Sudão do Sul.
“Dizia que não assinaria, e aí está, assinou”, declarou o número dois da área de Negociação de Paz do SPLM, Dhieu Mathok, à Agência Efe.
Os rebeldes afirmaram que o acordo alcançado entre oposição e governo, com grande pressão internacional “trará estabilidade” ao país, e declararam estar em contato com as Nações Unidas para começar a trabalhar: “Precisamos de ajuda, não podemos fazê-lo sozinhos”, assinalaram.
“Não acredito que voltaremos à luta, esta será uma paz duradoura”, afirmou Mathok em entrevista coletiva em Nairóbi.
Stephen Par, representante do Comitê para a Mobilização Política do SPLM, destacou que eles “não têm reservas” e que estiveram “o tempo todo presentes” nas negociações de paz.
“Os sudaneses pediam paz e conseguiram, agora vamos negociar como implementar este acordo”, declarou Par.
Em um ato aberto ao público, dezenas de sul-sudaneses gritavam estrondosos “aleluia”, que entrecortavam as declarações oficiais do Comitê do SPLM no Quênia.
“Este é o dia que estávamos esperando, e ao fim conseguimos “, dizia parte da Liga Nacional de Jovens do SPLM, presente no evento.
Salva Kiir assinou ontem em Juba o acordo de paz, alcançado há uma semana em Adis-Abeba pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad) com a presença dos principais países signatários, Quênia, Etiópia, Uganda e Sudão
Apesar de ser a primeira vez em quase dois anos de enfrentamentos que um acordo de paz foi alcançado, vários diversos pactos de cessação de hostilidades já haviam sido assinados, todos sistematicamente violados.
O conflito armado começou em dezembro de 2013, com acusações de Kiir (de etnia “dinka”) contra Machar (da etnia rival “nuer”) de ter orquestrado um golpe de Estado contra ele. EFE
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