Rebeldes houthis no Iêmen aceitam diálogo se bombardeios forem suspensos

  • Por Agencia EFE
  • 20/05/2015 18h04

Sana, 20 mai (EFE).- O líder do movimento rebeldes dos houthis, Abdul Malik al Houthi, aceitou nesta quarta-feira a abertura de diálogo entre as partes do conflito iemenita em um país neutro, sob a supervisão das Nações Unidas, se os bombardeios contra as posições de seu grupo no país forem suspensas.

Esta aceitação, anunciada em discurso do líder rebelde, aconteceu horas depois de a ONU fixar o dia 28 deste mês como data para consultas com as partes iemenitas na cidade suíça de Genebra.

“Nós pedimos um diálogo sob a supervisão da ONU em um país neutro. É a solução para a crise política”, disse Houthi em discurso transmitido pelo canal “Al Masira”, ligado ao seu grupo.

Acrescentou que “a intenção dos que dirigem a agressão (em alusão aos bombardeios da coalizão liderada pela Arábia Saudita) não é solucionar a crise política, mas destruir o país e assassinar civis”.

Neste pronunciamento, o terceiro depois do início da campanha militar da aliança liderada por Riad, Houthi pediu o fim dos bombardeios para iniciar as negociações.

“Estamos preparados para dialogar se a agressão parar”, precisou.

Além disso, considerou que o objetivo de Riad em seu ataque contra seu movimento é “dominar a tomada de decisões em seu país e controlar todos seus assuntos”.

Além disso, qualificou o presidente iemenita Abdo Rabbo Mansour Hadi, que fugiu para Riad, de “marionete estúpida”, e os políticos do país que participaram da conferência encerrada hoje em Riad sobre o Iêmen de “fracassados, derrotados e vendidos à Arábia Saudita”.

Horas antes do discurso de Houthi, o chefe da missão iemenita nas Nações Unidas, Khaled Alyemany, falou com jornalistas nos corredores da sede da ONU sobre a necessidade de se exercer pressão internacional sobre os houthis para que participem da reunião.

O Iêmen vive enfrentamentos em quase todo seu território, depois de os houthis tomarem, em setembro, o controle da capital, Sana, e de sua expansão militar até as províncias do norte e do oeste do país.

Um porta-voz do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, afirmou hoje em entrevista coletiva que ainda não há um formato definido para a reunião de Genebra.

Haq acrescentou que será o enviado especial da ONU ao Iêmen, Ismail Ould Cheikh Ahmed, que definirá nos próximos dias se as conversas acontecerão em uma só mesa ou inicialmente em separado, junto com os participantes.

Hoje mesmo o Conselho de Segurança da ONU pediu a todas as partes no Iêmen que participem “de boa fé” ao reatamento do diálogo e que evitem “provocações” que possam minar essa negociação. EFE

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