Rebeldes manterão negociações apesar de ataques do governo do Sudão do Sul

  • Por Agencia EFE
  • 12/05/2014 15h52
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Adis-Abeba, 12 mai (EFE) – O líder dos rebeldes do Sudão do Sul, Riek Machar, afirmou nesta segunda-feira que não se retirará das negociações de paz que mantém em Adis-Abeba com o presidente do país, Salva Kiir, apesar dos supostos ataques que seu grupo sofreu no fim de semana.

Ambos os representantes acordaram na sexta-feira passada um cessar-fogo para frear a violência que castiga o país há cinco meses, mas o dirigente rebelde denunciou hoje em entrevista coletiva que o governo atacou várias posições dos insurgentes.

“Os diálogos de paz continuarão, apesar dessa violação do acordo”, diz Machar, que ressaltou que sua equipe de negociação, ao contrário da de Kiir, está comprometida com o cessar-fogo.

Segundo o líder insurgente, o pacto final que estão negociando há meses deveria mudar a estrutura do atual Executivo sul-sudanês.

“Achamos que um país como o Sudão do Sul deve ter um sistema federal que dê lugar a sua diversidade étnica, cultural e religiosa. Se conseguirmos isso teremos que reformar a Constituição, os órgãos de governo, o sistema judiciário e a organização do exército”, afirmou.

O documento assinado na sexta-feira passada propõe um governo de união nacional transitório como a melhor forma de “o povo do Sudão do Sul avançar” e convida ambos os líderes a se reunirem de novo dentro de um mês.

Em seu primeiro encontro tête-à-tête desde dezembro passado, Kiir e Machar se comprometeram a respeitar o cessar-fogo.

O primeiro-ministro etíope, Hailemariam Dessalegn, avisou a ambos os líderes, que violaram em repetidas ocasiões a trégua pactuada em 23 de janeiro, que “a comunidade internacional não ficará de braços cruzados enquanto os assassinatos continuarem”.

O conflito explodiu em meados de dezembro passado, quando na capital sul-sudanesa houve combates entre o exército e militares insurgentes, e Kiir acusou Machar de tentar dar um golpe de Estado. EFE

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