Rebeldes pró-Rússia ameaçam romper negociações com Kiev
Kiev, 7 abr (EFE).- Os separatistas pró-Rússia do leste da Ucrânia ameaçaram nesta terça-feira romper as negociações de paz com Kiev se não se forem formados os grupos de trabalho para aplicar os acordos de Minsk.
“Se nos próximos dias não começar um trabalho real e não simulado (para aplicar os acordos de Minsk), ficará claro que voltaram a nos enganar. Nesse caso já não participaremos dessa farsa”, diz um comunicado conjunto das autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk.
Os separatistas exigem o início imediato de quatro grupos de trabalho para cumprir os acordos assinados em 12 de fevereiro: assuntos econômicos e reconstrução, refugiados e cooperação humanitária, reforma constitucional e eleições, e segurança.
Há dois dias, os rebeldes já suspenderam pelo mesmo motivo a troca de prisioneiros com as forças governamentais ucranianas.
Os chefes negociadores das repúblicas populares, Denis Pushilin e Vladislav Deinego, denunciaram que “Kiev tenta iludir dando solução aos problemas econômicos do Donbass (zona que integra as regiões de Donetsk e Lugansk) e iniciando a reforma política da Ucrânia”.
Tanto o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, como seu primeiro- ministro, Arseni Yatseniuk, deixaram claro ontem que a reforma da Constituição da Ucrânia não incluirá a federalização do país e nem reconhecerá o russo como idioma oficial, duas exigências para os pró-Rússia.
Também não haverá consultas aos líderes rebeldes para reformar a Carta Magna, uma vez que Kiev entende que não têm legitimidade.
“O diálogo será unicamente com representantes do leste escolhidos legalmente. Esperamos que a Rússia cumpra com seus compromissos e realize eleições honestas e transparentes, de acordo com os padrões da OSCE”, ressaltou Yatseniuk durante a reunião inaugural da comissão constitucional.
Embora desde 15 de fevereiro rege no leste da Ucrânia um cessar-fogo previsto nos Acordos de Minsk, tanto as forças governamentais como os rebeldes pró-Rússia se acusam mutuamente de violar a cessação de hostilidades.
Segundo o último relatório da ONU, mais de seis mil pessoas, entre civis e combatentes, morreram no leste da Ucrânia desde a rebeldia pró-russa que explodiu há um ano. EFE
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