Rebeldes rendem Slaviansk, símbolo da sublevação pró-russa na Ucrânia

  • Por Agencia EFE
  • 05/07/2014 10h54
  • BlueSky

(Atualiza com informação dos separatistas).

Kiev, 5 jul (EFE).- Os separatistas pró-russos que estavam a quase três meses entrincheirados em Slaviansk, símbolo da sublevação contra Kiev, renderam neste sábado a cidade às forças de Kiev e após romperem o cerco dos militares ucranianos foram para a vizinha Kramatorsk.

“A inteligência comunica que Guirkin (mais conhecido como Igor Strelkov, chefe das milícias da cidade) e a maior parte de seus guerrilheiros fugiram de Slaviansk, semeando pânico entre os poucos (milicianos) que ficaram”, escreveu o ministro do Interior, Arsen Avakov, no Facebook.

A autoproclamada república popular de Donetsk confirmou à imprensa russa a rendição da cidade e a mudança dos milicianos para Kramatorsk, cerca de 15 quilômetros ao sul.

Os tanques e a infantaria do exercito ucraniano entraram em Slaviansk esta madrugada após aplanar o terreno fogo de artilharia contra as posições dos rebeldes, segundo o Canal Um da televisão russa.

Após alguns combates nas ruas da cidade, os milicianos tomaram a decisão de romper o cerco e abandonar a cidade.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, “ordenou ao chefe de Estado-Maior içar a bandeira da Ucrânia na prefeitura de Slaviansk”, assinalou um comunicado da administração presidencial.

O chefe do Estado-Maior ucraniano, Viktor Muzhenko, que ontem participou da tomada da cidade de Nikolayevka, próxima a Slaviansk, informou Poroshenko que “os guerrilheiros tentaram romper o cerco esta madrugada e caíram sob o fogo de morteiros disparado pelos militares ucranianos”.

Várias testemunhas citadas pela imprensa ucraniana garantiram que os insurgentes chegaram a Kramatorsk com quase todos seus soldados e meia centena de veículos e blindados.

O ministro do Interior, da mesma forma que outras testemunhas do recuo dos separatistas, assinalaram que pelo menos uma coluna dos rebeldes se dirigiu à cidade de Donetsk, capital da região homônima, que possui um milhão de habitantes, nas mãos dos pró-russos.

Os combates em Slaviansk, o primeiro lugar do leste ucraniano onde os separatistas tomaram as armas para estabelecer controle total sobre uma cidade inteira, não tinham cessado em mais de dois meses, nem sequer durante o teórico cessar-fogo unilateral decretado por Kiev, vigente entre 20 de junho e 1º de julho.

As forças ucranianas expulsaram ontem os separatistas de Nikolayevka, última rota de abastecimento dos milicianos entrincheirados em Slaviansk, onde ainda ficaram 45 mil dos 120 mil habitantes.

Hoje termina o prazo estipulado por Kiev, Moscou, Paris e Berlim para realizar uma nova rodada de consultas entre o governo ucraniano e os separatistas que poderia cristalizar em novo cessar-fogo no leste da Ucrânia.

Poroshenko ofereceu ontem aos sublevados a realização neste sábado a rodada de consultas e ficou à espera que outros membros do chamado grupo de contato tripartite (Ucrânia, Rússia, OSCE e os separatistas) confirmem hora e lugar para a reunião.

O presidente ucraniano foi negociar com os rebeldes e declarou cessação de hostilidades durável, mas impôs três condições: seu cumprimento pelos sublevados, a libertação de todos as prisões e o estabelecimento do controle sobre a fronteira russo-ucraniana, com a cooperação da Rússia e sob a vigilância da OSCE.

Em uma aparente mudança de rumo, Poroshenko já não exige dos separatistas a rendição total como única condição para pôr fim à operação militar lançada por Kiev contra os insurgentes que atuam nas regiões de Donetsk e Lugansk, como fazia em seu plano de paz apresentado mês passado. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.