Rebeldes ruandeses sequestram 37 pessoas no leste da RDC
Kinshasa, 17 abr (EFE).- O grupo rebelde Forças Democráticas para a Libertação de Ruanda (FDLR), integrado por extremistas hutus responsáveis pelo genocídio ruandês, sequestrou nesta sexta-feira 37 pessoas na cidade de Rwindi, no leste da República Democrática do Congo (RDC).
As vítimas foram sequestradas nesta manhã em suas casas ou enquanto trabalham nos campos da cidade, próxima a Goma, a capital da conflituosa província congolesa de Kivu do Norte, informou à Agência Efe o vice-governador da mesma, Feller Tahichuirua.
As Forças Armadas Congolesas (FRDC) seguem o rastro dos rebeldes ruandeses, que estão muito debilitados pelo Exército congolês, segundo o vice-governador.
Os militares congolês lideram há meses uma operação para desarmar esta milícia ruandesa, fundada por alguns responsáveis pelo genocídio ocorrido no país vizinho em 1994, quando extremistas hutus mataram cerca de 800 mil tutsis e hutus moderados.
O porta-voz do Exército congolês, Richard Kasonga, confirmou o sequestro e pediu calma à população da zona, que protagonizou protestos pela situação de insegurança.
O FDLR, fundado por líderes da milícia hutu “Interahamwe”, que orquestrou o genocídio de Ruanda e membros do antigo Exército ruandês, semeiam o terror diariamente entre a população congolesa, em uma região onde há presença outros grupos rebeldes e rica em minerais e outros recursos naturais.
Após o bem-sucedido desarmamento de outros grupos que operam no Congo, como o M23, esperava-se que o FDLR se rendesse em 2 de janeiro, quando expirou o ultimato dado por um bloco de potências africanas.
Mas o acordo foi descumprido e a Missão da ONU no Congo (MONUSCO), que ia supervisionar o desarmamento junto ao próprio Exército congolês, abandonou a operação em fevereiro. EFE
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