Rebeldes xiitas convocam jihad para enfrentar bombardeios de coalizão árabe
Sana, 26 mar (EFE).- O grupo xiita rebelde dos houthis, também conhecido como Ansar Allah, convocou nesta quinta-feira o povo iemenita para a jihad contra a coalizão árabe que participa dos bombardeios contra Sana e outras partes do Iêmen.
“Chamamos os filhos do grande povo iemenita a levantar as armas, enviar combatentes fortes aos quartéis e responder à convocação para a jihad santa”, disse o grupo em comunicado que foi lido em uma grande manifestação realizada hoje em Sana.
Uma coalizão de países árabes liderada pela Arábia Saudita começou ontem à noite uma ofensiva aérea contra bases e posições dos rebeldes houthis, para conter seu avanço rumo a cidade de Áden, para onde o presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi fugiu depois da tomada da capital.
Cerca de 200 mil pessoas, entre milicianos e seguidores dos houthis protestaram hoje na capital iemenita contra a operação militar liderada pela Arábia Saudita contra a milícia xiita.
A Agência Efe constatou que praticamente todos os participantes da mobilização estavam armados com fuzis, e gritavam lemas contra Arábia Saudita, EUA, Israel e os países árabes que fazem parte dos bombardeios aéreos contra as posições houthis no Iêmen.
A Arábia Saudita conseguiu a adesão de outros oito países árabes à ofensiva: Kuwait, Catar, Emirados, Bahrein, Egito, Jordânia, Marrocos e Sudão, além do Paquistão, país de maioria muçulmana.
O protesto aconteceu na avenida Al Zebeiri, no acesso ao centro histórico de Sana.
O membro do Comitê Supremo da Revolução – a instância que governa as regiões sob controle houthi, Khaled al Madani, encarregado de ler o comunicado do grupo, atacou também o presidente egípcio, Abdel Fattah al Sisi, por ter se unido à coalizão árabe.
A vida diária parece transcorrer normalmente em Sana, com um intenso tráfego de veículos em suas ruas e as lojas abertas.
Esta manhã foram registradas longas filas de carros nos postos de gasolina e a Efe viu várias famílias que abandonavam em veículos a cidade. EFE
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