Rebelião governista adia projeto de lei sobre revisão do Plano Diretor
Uma rebelião governista adiou a votação do projeto de lei que trata da revisão do Plano Diretor Estratégico na Câmara Municipal de São Paulo. A proposta deveria passar pela Comissão de Política Urbana, que após reunião a portas fechadas nesta quarta-feira, decidiu transferir para o dia 22.
Movimentos de moradia pressionaram os vereadores a votar o projeto e prometeram realizar manifestação na próxima semana. Falando ao repórter Marcelo Mattos, o vereador do PSD, José Police Neto, destacou a crise política na casa, com derrotas das propostas do PT.
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O embate começou quando Milton Leite assumiu a presidência da Comissão de Finanças, no lugar reservado para o petista Paulo Fiorilo. O descontentamento do relator do Plano Diretor, Nabil Bonduqui, ficou claro após a garantia de que o projeto estava pronto.
Milton Leite, do DEM, e o ex-presidente da Câmara, Roberto Trípoli, do PV, articularam o retorno de um bloco para bater de frente com as intenções do PT. O presidente da Comissão de Política Urbana, Andrea Matarazo, do PSDB, apontou a necessidade de tempo para discussão do Plano Diretor.
O bloco político do Centrão procura demonstrar força na casa e forçar a discussão dos seus interesses com o prefeito Fernando Haddad. O vereador Dalton Silvano, do PV, integrante da base governista, minimizou a disputa, mas reconheceu que não há acordo para votação do Plano Diretor.
A disputa política antecipa a busca pelo poder da Câmara, já pensando na presidência em 2015, após as derrotas de Milton Leite e Roberto Trípoli. O Centrão quer demonstrar ao prefeito Haddad o seu poder e se oferecer como uma alternativa na casa, diante da divisão petista.
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