Recomeçam busca por restos mortais de desaparecidos em ditadura no Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 19/02/2014 17h22

Assunção, 19 fev (EFE).- Especialistas paraguaios retomaram nesta quarta-feira as escavações em busca de restos mortais de vítimas da ditadura militar de Alfredo Stroessner, que governou o país durante 35 anos, contou à agência Efe o diretor de Reparação e Memória Histórica do Paraguai, Rogelio Goiburú.

Goiburú, junto com promotores, policiais e juízes começou hoje a cavar à procura do cadáver do comandante Juan José Rotela, líder do movimento guerrilheiro 14 de Maio, que tentou derrubar o governo de Stroessner sem sucesso e que teria sido executado pela ditadura.

Os trabalhos são realizados em uma estadia chamada Tapyta no estado de Caazapá, no sul do país.

Goiburú acredita que também pode haver restos de outras pessoas desaparecidas, segundo testemunhas que em 1970 observaram quando o general Patrício Cumulam estabeleceu neste lugar um dos quartéis militares dedicados à repressão dos dissidentes políticos.

“Uma centena de membros deste movimento insurgente foram assassinados e muitos foram enterrados em valas comuns”, explicou Goiburú, filho de um desaparecido durante a ditadura mais longa da América do Sul.

A equipe dirigida por ele encontrou os restos de outras 27 pessoas desde que começaram as buscas por todo o território paraguaio, mas por falta de um orçamento próprio ainda não puderam contratar uma equipe de legistas que identifique os corpos encontrados.

A Comissão de Justiça e Verdade comprovou a existência de 425 executados ou desaparecidos durante a ditadura de Stroessner e quase 20 mil detidos, a grande maioria vítimas de torturas.

Goiburu manifestou que é “muito difícil” encontrar o lugar exato onde estão os corpos. Hoje começaram os trabalhos em uma trincheira de 24 metros quadrados. EFE

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