Reeleição de Dilma e ascensão da oposição marcam 2014 no Brasil

  • Por Agencia EFE
  • 17/12/2014 20h30
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Alba Santandreu.

Brasília, 17 dez (EFE).- Dilma Rousseff foi reeleita neste ano após uma das campanhas políticas mais disputadas da história do país, da qual emergiu uma oposição consistente, que obteve 48% dos votos e promete rigidez na fiscalização das atividades do governo.

Em função da clara divisão política evidenciada pelo resultado das eleições, a presidente, que aparentemente compreendeu a mensagem vinda das urnas, estabeleceu um diálogo com todos os setores da sociedade e se comprometeu a empreender reformas de caráter político e econômico.

Em uma de suas primeiras declarações após as eleições, Dilma, que foi reeleita no segundo turno com 51,64% dos votos – superando o senador Aécio Neves (PSDB) -, destacou a importância da reestruturação política para combater a corrupção e a impunidade.

“Corrupção” foi, sem dúvida, a palavra mais pronunciada durante a campanha eleitoral e ganhou ainda mais força após o pleito, quando o escândalo por desvios milionários na Petrobras se agravou com a prisão de um ex-diretor da estatal (Paulo Roberto Costa) e de executivos de grandes construtoras.

O caso de corrupção na Petrobras foi usado pela oposição como uma arma contra o PT. Aécio se comprometeu, após as eleições, a liderar uma oposição “responsável”, mas também “inquebrantável” e atacou o governo Dilma, denunciando que as irregularidades na estatal estão fazendo com que a Petrobras “incorpore uma marca perversa de corrupção”.

Além enfrentar o escândalo que abala a maior empresa do Brasil, a presidente também lida com a pressão dos oponentes no âmbito econômico, já que o país apresenta um PIB enfraquecido, inflação em alta e contas públicas no vermelho.

Desde a chegada de Dilma ao poder, a economia brasileira começou a dar sinais de estagnação, atribuída pelo governo ao impacto da crise global, mas que, segundo a oposição e o setor privado, respondem ao “intervencionismo” estatal.

Após crescer 7,5% em 2010, o PIB passou de 2,7% em 2011 para apenas 1% em 2012 e 2,3% em 2013, e o governo acredita que ele fechará este ano com alta de 0,9% – previsão mais otimista do que a dos analistas do mercado, que esperam um superávit de cerca de 0,2%.

“Daremos um novo impulso à atividade econômica em todos os setores, especialmente o industrial, e quero para isso uma sociedade com todos os setores produtivos e financeiros”, declarou Dilma Rousseff em discurso após o resultado das eleições.

Para realizar essa incumbência, a presidente nomeou uma nova equipe econômica, que rapidamente anunciou metas concretas de ajustes, que visam conter os gastos públicos e a inflação, que deve encerrar o ano em 6,5%, próxima ao teto máximo tolerado pelo governo.

A nomeação de Joaquim Levy como ministro da Fazenda, para o lugar de Guido Mantega, foi bem recebida pelo mercado, que durante a campanha eleitoral mostrou seu respaldo às propostas de Aécio Neves.

Levy, um economista de perfil ortodoxo, anunciou que pretende cumprir a meta de fechar 2015 com um superávit primário equivalente a 1,2% do PIB.

O segundo mandato de Dilma Rousseff começará no dia 1º de janeiro de 2015 com uma oposição fortalecida, que não facilitará as iniciativas no Congresso, apesar de a bancada governista manter a maioria, embora com menos peso após as últimas eleições. EFE

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