Reféns no Iêmen morreram enquanto eram evacuados, segundo EUA
Os reféns americano e sul-africano sequestrados pela Al Qaeda no Iêmen morreram na madrugada deste sábado, quando estavam sendo evacuados para uma embarcação para sair do país, revelou um funcionário do Departamento de Defesa dos Estados Unidos.
A fonte, que falou com os jornalistas sob a condição de anonimato, divulgou detalhes sobre o confronto que ocorreu por volta de 1h da madrugada de sábado (20h de sexta-feira em Brasília) no sul do Iêmen, e que causou a morte do fotojornalista americano Luke Somers e o refém sul-africano Pierre Korkie.
Em vez de encontrar os corpos dos dois reféns quando tentaram resgatá-los, como tinha sido informado anteriormente, as forças americanas conseguiram deixar o edifício onde estavam os sequestrados com os dois homens vivos, mas ambos estavam gravemente feridos, segundo o funcionário.
Os militares os levaram até os helicópteros e um deles morreu no caminho, enquanto o outro faleceu na mesa de cirurgia quando chegou à embarcação americana, explicou a fonte, citada pela assessoria de imprensa do Pentágono.
A equipe, composta por cerca de 40 membros das forças especiais americanas, aterrissou perto do complexo de edifícios onde estavam os reféns, localizado em um lugar remoto da região de Shabwah, de acordo com a fonte.
Um barulho, que segundo o jornal “The Wall Street Journal” pode ter sido o latido de um cachorro, delatou a presença dos americanos e arruinou o elemento surpresa que era importante para o sucesso da operação. Com isso, os integrantes da Al Qaeda na Península Arábica (AQAP) começaram a disparar contra os militares intrusos.
Um dos terroristas entrou no edifício onde estavam os reféns e saiu novamente em pouco tempo. O Pentágono acredita que esse foi o momento em que o americano e o sul-africano foram assassinados.
“Não há nenhuma possibilidade de os reféns terem sido vítimas de fogo cruzado. Isto foi uma execução”, garantiu o funcionário do Departamento de Defesa.
Uma vez concluída a troca de tiros com os terroristas, na qual o Pentágono acredita que morreram seis membros da AQAP, a equipe de operações especiais entrou no edifício para buscar os reféns e começou o processo de evacuação.
A operação durou cerca de trinta minutos e nenhum militar americano ou civil iemenita ficou ferido, informou a fonte.
O presidente americano, Barack Obama, autorizou na sexta-feira a operação para libertar Somers, após obter a informação de inteligência necessária e provas que apontavam que sua vida “estava em perigo iminente”, segundo explicou neste sábado em comunicado.
Na quinta-feira, o braço iemenita da Al Qaeda ameaçou em uma gravação de vídeo matar Somers em um prazo de 72 horas caso não tivesse certas reivindicações atendidas.
“Tivemos pouco tempo para planejar a operação, mas ela foi precisa e levou em consideração os riscos para as forças de operações especiais”, disse o funcionário militar.
Além da operação autorizada na sexta-feira, que contou com a cooperação do governo do Iêmen, Obama também deu sinal verde a outra missão em novembro para resgatar Somers, sem êxito, segundo informou a Casa Branca ao longo da semana.
Somers, um fotojornalista de 33 anos, foi sequestrado em Sana em setembro de 2013 quando trabalhava como colaborador para o diário “Yemen Times”.
A irmã de Somers, Lucy, disse neste sábado à emissora britânica “ITV News” que o FBI os informou sobre a morte do parente, mas recusou ser entrevistada.
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