Refinarias nas mãos do EI são alvos dos bombardeios dos EUA na Síria

  • Por Agencia EFE
  • 25/09/2014 12h43
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Susana Samhan.

Beirute, 25 set (EFE).- Várias refinarias de petróleo em poder do grupo radical Estado Islâmico (EI) na Síria foram alvo dos ataques aéreos das últimas horas da coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos, que causaram pelo menos 19 mortos, informaram nesta quinta-feira ativistas.

Durante a terceira noite de bombardeios no território sírio, a aliança internacional teve entre outros alvos instalações de petróleo, sob o controle dos jihadistas, nas províncias de Al Hasaka e Deir ez Zor.

Washington anunciou que realizou, junto a seus aliados árabes, um total de 13 ataques com caças e aviões não tripulados contra 12 refinarias em poder do EI em “zonas remotas” no leste da Síria.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, estes bombardeios, que foram por volta da meia-noite, causaram a morte de pelo menos 14 combatentes extremistas e cinco civis, entre eles um menor.

O ativista da opositora Rede Sham em Deir ez Zor, Mohammed al Jalif, disse à Agência Efe pela internet que as forças da coalizão atacaram as refinarias de Al Shibli, Al Ashara e Al Barra, esta última localizada no povoado de Baqras, onde provocaram danos materiais.

Segundo Jalif, outro local que foi palco de bombardeios foi a cidade de Al Mayadin, onde várias posições e sedes do EI sofreram destroços, entre elas um tribunal islâmico.

Nessa cidade, uma planta industrial, que os radicais islâmicos usavam como centro de treinamento de milicianos estrangeiros, foi atingida pelos projéteis da coalizão, disse, por sua parte, o ativista rebelde Enmar al Turkmani, em declarações à Efe.

Os caças e aviões não tripulados internacionais bombardearam, além disso, um comboio com dois veículos blindados do EI que circulava pela estrada de Al Jabur, perto da cidade de Hariyia.

Neste ataque, vários milicianos jihadistas morreram, afirmou Jalif.

Enquanto isso, na vizinha Al Hasaka, três refinarias sob domínio da organização extremista foram atacadas na área de Al Hul, no nordeste da província, onde perderam a vida as vítimas civis citadas.

O petróleo dos campos e refinarias controlados pelo EI na Síria e no Iraque é uma das principais fontes de receita desta organização, que no final de junho proclamou um califado em ambos os países, onde conquistou amplas partes de seu território.

Segundo fontes rebeldes sírias consultadas pela Efe, os jihadistas fazem negócio com o petróleo através de intermediários, como contrabandistas e donos de postos de gasolina.

Para o porta-voz da principal legenda curdo-síria, o Partido da União Democrática, Nawaf Khalil, os extremistas venderam o petróleo a baixo preço a todo aquele que se interessasse em comprá-lo dentro da Síria, seja insurgentes ou o próprio regime de Bashar al Assad.

Os EUA anunciaram na segunda-feira à noite que tinham começado a ofensiva contra o EI no território sírio, na qual também participam vários estados árabes, como Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos.

Desde esse dia, a aliança internacional bombardeou posições e bases dos radicais nas províncias de Al Raqqah, Aleppo, Al Hasaka e Deir ez Zor.

Durante a quarta-feira, um de seus alvos foi as imediações do enclave curdo de Kobani, em Aleppo, aonde o EI enviou reforços em uma tentativa de tomar seu controle após a ofensiva que começou no último dia 16.

Desde o início das operações contra o EI, pelo menos 80 membros deste grupo, assim como 13 civis e 50 milicianos do Frente al Nusra, braço da Al Qaeda na Síria.

Os EUA lançaram grande parte dos ataques a partir do porta-aviões George W. Bush no Golfo Pérsico; do cruzador USS Philippine Sea, parte do grupo de ataque do porta-aviões, e do destróier USS Arleigh Burke no Mar Vermelho. EFE

ssa/ma

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