Reforma da Previdência tem intenção de “amputar direitos”, diz Força Sindical

  • Por Agência Estado
  • 02/02/2016 18h18
Brasília - O governo vai apresentar proposta para os peritos médicos do INSS, em greve há um mês meio Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr 16/08/2010 19:19 Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr Previdência social

A Força Sindical divulgou uma nota, nesta terça-feira, 2, para repudiar a iniciativa do governo federal de encaminhar uma reforma do sistema da Previdência Social. O documento afirma que a tentativa é “covarde” e tem intenção de “amputar direitos” dos trabalhadores.

“A tentativa de fazer uma reforma da Previdência para diminuir direitos é uma forma covarde de prejudicar os trabalhadores. A reforma proposta pelo governo, divulgada através dos meios de comunicação, é uma colcha de retalhos visando apenas retirar direitos conquistados com muita luta pelas entidades sindicais”, afirma a nota, que chama a iniciativa do governo de “falácia da reestruturação da Previdência e do ajuste fiscal”.

A Força considera “prejudiciais” medidas como limitar a idade mínima para a aposentadoria e padronizar regras para homens e mulheres. “Esta proposta é inaceitável porque prejudica quem ingressa cedo no mercado de trabalho. Ou seja, a maioria dos trabalhadores brasileiros. Mais uma vez o governo erra ao anunciar mudanças que interferem e prejudicam, e muito, o cotidiano da classe trabalhadora.”

A entidade encerra o documento com a promessa de realizar manifestações e protestos “para esclarecer a sociedade sobre a tentativa de retirar direitos”.

A nota é assinada pelo deputado Paulinho da Força (SD), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e um dos principais defensores do impeachment de Dilma Rousseff no Congresso Nacional. Paulinho retomou a presidência da Força no início deste ano, após dois anos licenciado.

Miguel Torres

O dirigente que esteve à frente da Força Sindical nesses dois anos e hoje é vice-presidente da entidade, Miguel Torres, comandou nesta terça-feira uma reunião para repúdio à proposta de reformar a Previdência, além da condução da política econômica, com crescimento do desemprego.

De linha menos antagônica à presidente da República, Torres foi convidado pelo governo a integrar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão. Contudo, na primeira reunião do órgão, em janeiro, Torres foi um dos integrantes que deixaram o encontro contrariados pelo fato de Dilma ter citado a reforma da Previdência entre as prioridades de seu governo.

Torres, também presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), coordenou em Brasília hoje a reunião com representantes de outras confederações de trabalhadores: CNTM, CNTQ, Conacovest, Contratuh, CNM, Contec, CNTU, CNTC, CNTI, Conatec, CNTA.

Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, o governo estuda unificar, no longo prazo, todos os regimes de aposentadoria no País. O objetivo do projeto seria submeter às mesmas regras os setores público e privado, homens e mulheres e trabalhadores urbanos e rurais. Segundo assessores, a proposta manteria direitos e não alteraria a regra para quem está perto da aposentadoria. As mudanças seriam aplicadas de forma “lenta e gradual”, em 20 ou 30 anos.

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