Refugiados jogam futebol no Maracanã em projeto de integração ao Brasil
Rio de Janeiro, 25 ago (EFE).- Como parte de um projeto de integração na sociedade brasileira, 20 refugiados de diversos países partiparam nesta terça-feira de uma partida de futebol no estádio do Maracanã.
Os refugiados, em sua maioria procedentes de países africanos francófonos, e também de países como Colômbia, Haiti e Síria, participaram de uma partida em um campo de dimensões reduzidas, montado atrás de um dos gols do estádio.
O projeto, denominado “Futebol das Nações”, é uma iniciativa promovida pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), ONU Mulheres e Cáritas Arquidiocesana Rio de Janeiro.
O representante do Acnur no Brasil, Andrés Ramírez, explicou à Agência Efe que a metodologia das partidas pretende “construir um espírito de solidariedade, de irmandade, de respeito e de humanidade”.
As partidas são divididas em “três tempos”, incluindo uma ação prévia ao jogo, na qual os jogadores estabelecem uma série de regras, e outra posterior, na qual os participantes analisam se estas foram respeitadas.
O cumprimento das regras é tão importante como os gols e serve para somar ou tirar pontos das equipes e para determinar o ganhador.
Essas regras podem obrigar os jogadores, por exemplo, a passarem a bola a todos os integrantes antes de chutar ao gol, para trabalhar o conceito de “inclusão”, e para fazer com que só um único jogador possa chutar no gol, a fim de fomentar a reflexão acerca da “discriminação” da sociedade, segundo os organizadores.
Um jovem refugiado colombiano, Juan Esteban, disse que a experiência de jogar em um estádio como o Maracanã é “inexplicável” e comentou que a convivência com os refugiados de outros países é enriquecedora, pois aprendem com a cultura dos outros.
“Estou há cinco meses no Rio de Janeiro, mas quero viver muito tempo aqui, porque encontrei uma forma de viver mais amena, mais tranquila”, expressou.
O Brasil acolhe cerca de 8,5 mil refugiados de 81 países, segundo dados oficiais, e o número de amparos aumentou significativamente nos últimos anos, passando de 510 solicitações em 2010 para 12 mil no ano passado. EFE
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