Refugiados sírios não serão processados e poderão receber asilo no Paraguai

  • Por Agencia EFE
  • 22/09/2015 19h39

Assunção, 22 set (EFE).- A Justiça de Assunção anulou nesta terça-feira o processo aberto contra cinco refugiados sírios que tinham entrado no Paraguai com passaportes israelenses falsos, disse à Agência Efe a promotora Clara Ruiz Díaz, que informou ainda que eles poderão ficar no país caso queiram.

Os sírios, um casal de 94 e 75 anos, seus netos de 23 e 12 anos, e três jovens da mesma família, de 18, 21 e 29 anos, chegaram ao Paraguai, em março, vindos de uma cidade da fronteira da Turquia com a Síria.

Cada um pagou US$ 12 mil (pouco mais de R$ 48 mil) a uma rede de tráfico humano que forneceu passaportes israelenses falsos e preparou uma viagem com um total de dez voos.

Em entrevista à Efe, eles contaram que já tinham feito seis antes de chegar ao Paraguai e faltavam outros quatro para chegar à Espanha, a partir de onde esperavam encontrar seus familiares que estão espalhados por Bélgica, Suécia, Alemanha e Estados Unidos. Na capital do Paraguai, no entanto, o serviço secreto americano alertou às autoridades do país de que o grupo viajava com passaportes falsos, quando então foram detidos.

“Foi provado que cometeram um ato punível por uso de documentos falsos, mas levamos em conta as circunstâncias nas quais fizeram isso, já que foram obrigados a abandonar seu país para salvar suas vidas”, afirmou a representante do Ministério Público.

Ela acrescentou que o “dano social” ocasionado pelo crime “já foi reparado”, dado que os sírios passaram quatro meses em prisão domiciliar. Segundo ela, o Estado paraguaio resolveu outorgar a eles a condição de refugiados e, por isso, poderão residir legalmente no Paraguai caso desejem.

Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, o Paraguai concedeu refúgio a 23 cidadãos e 40 pedidos aguardam resposta, de acordo com a Comissão Nacional de Refugiados (Conare).

O governo paraguaio anunciou no início de setembro que está aberto a receber refugiados de guerra “em quantidades razoáveis” e cumprindo com os requisitos de segurança exigíveis. Segundo dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), mais de 3 milhões de sírios se transformaram em refugiados desde o início da guerra. EFE

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