Região de Fukushima aprova construção de depósitos de resíduos radioativos
Tóquio, 25 fev (EFE).- As autoridades de Fukushima deram o sinal verde final para a construção nesta prefeitura japonesa de dois depósitos para os resíduos radioativos recolhidos perto da usina nuclear que vazou após o terremoto e tsunami de 2011.
O executivo central tinha previsto começar a transferir estes resíduos para os novos armazéns nucleares em janeiro, prazo que não foi cumprido por causa das dificuldades em encontrar uma localização segura.
Tóquio e os governos locais tinham decidido construir depósitos temporários para os materiais radioativos nas localidades litorâneas de Futaba e Okuma, as mais próximas à usina, mas até agora não tinham chegado a um acordo com os proprietários dos terrenos escolhidos.
O governador de Fukushima, Masao Uchibori, anunciou o acordo e assinalou que os resíduos radioativos começarão a ser transferidos para estes depósitos no próximo 11 de março, segundo declarações divulgadas nesta quarta-feira (data local) pela agência “Kyodo”.
As autoridades elegeram esta data simbólica, aniversário de quatro anos do terremoto e do tsunami que castigaram o nordeste do Japão e provocaram o pior acidente nuclear desde Chernobyl (Ucrânia) em 1986.
Os materiais radioativos permaneceriam nestas instalações durante 30 anos e depois serão transferidos para depósitos permanentes de alta segurança, cuja localização ainda será decidida.
Segundo o plano do governo japonês, as instalações de armazenamento temporário ocuparão 16 quilômetros quadrados em torno da central e terão capacidade para armazenar 30 milhões de toneladas de terra, cinzas e outros resíduos recolhidos durante as tarefas de descontaminação.
Os materiais até agora retirados estão sendo depositados em vários terrenos próximos à central.
Os depósitos temporários de Futaba e Okuma não servirão para abrigar outros resíduos altamente radioativos gerados na usina, como o combustível gasto, que irá para cemitérios nucleares que também ainda devem ser construídos.
A fusão parcial sofrida pelos reatores de Fukushima Daiichi após o terremoto e o tsunami de março de 2011 gerou grandes quantidades de materiais radioativos que foram parar no ar e se dispersaram em torno da central.
Estas emissões desalojaram 46 mil pessoas que residiam em torno da central e afetaram gravemente a agricultura, a pecuária e a pesca local. EFE
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