Regiões do sudeste da Ucrânia querem formar Estado independente: Novorossiya
Moscou, 7 mai (EFE).- As regiões pró-russas do sudeste da Ucrânia querem formar um novo Estado independente, que se chamaria “Novorossiya” (Nova Rússia), se o “sim” à independência da Ucrânia vencer no referendo convocado para 11 de maio pelos líderes separatistas.
A afirmação foi feita por Miroslav Rudenko, co-presidente do governo da autoproclamada República Popular de Donetsk, em entrevista à agência russa “Interfax”, em que disse que esta região poderia se unir às outras do sudeste ucraniano para formar o novo país.
“A República Popular de Donetsk é um elemento necessário para a criação de um novo Estado. Depois do referendo, se houver uma decisão a favor da independência, planejamos nos unir com as regiões de Lugansk, Kharkiv, Odessa e Nikolayev, sobre os princípios do federalismo, para formar um novo país chamado Novorossiya”, afirmou.
Rudenko disse que o novo Estado não se integraria à Rússia, mas seria independente.
“No entanto, teríamos uma ambição eurasiática e poderíamos nos integrar à União Aduaneira (UA, liderada pela Rússia e integrada também à Belarus e Cazaquistão)”.
Disse, no entanto, que buscariam manter “relações construtivas” com as autoridades do governo central da Ucrânia, mas não com o atual executivo.
Olhar para a Eurásia se justifica, segundo Rudenko, pela afinidade das empresas no sudeste ucraniano, que “têm laços econômicos sólidos com as regiões russas. Não podemos perder estes laços porque isso mataria a indústria da região de Donetsk”.
“Queremos criar um clima propício aos investimentos, atrair investidores para o desenvolvimento de nossas empresas e de nossa indústria. Não é segredo que algumas equipes de nossas companhias precisam se modernizar”.
Em abril, o presidente russo, Vladimir Putin, lembrou que seis regiões do sudeste da Ucrânia (Kharkiv, Donetsk, Lugansk, Jerson, Odessa e Nikolayev) pertenciam ao império czarista até serem cedidas na década de 1920 à Ucrânia.
“Por que o fizeram? Deus sabe”, disse, ao ressaltar que os russos que ficaram em território ucraniano “devem ser cidadãos de pleno direito” de seu novo país, a Novorossiya. EFE
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