Rei da Arábia Saudita expressa a Obama seu apoio ao plano nuclear iraniano
Washington, 4 set (EFE).- O monarca da Arábia Saudita, o rei Salman bin Abdul Aziz, expressou nesta sexta-feira ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, seu apoio ao acordo nuclear com o Irã durante a reunião que ambos mantiveram na Casa Branca.
“Salman expressou seu apoio ao Plano Integral de Ação Conjunta (JCPOA, sigla em inglês) entre o Irã e os países do G5+1 (EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha), que, assim que for implementado plenamente, impedirá que o Irã obtenha uma arma nuclear e com isso melhorará a segurança na região”, declararam os governos dos dois países em nota conjunta.
O encontro entre os dois líderes aconteceu poucos dias depois que Obama obteve apoio suficiente no Congresso para garantir que o pacto iraniano entre em vigor, ao somar os votos necessários para poder vetar qualquer resolução contrária apoiada pelos republicanos.
O governo saudita tinha manifestado sérias preocupações sobre o acordo e a visita do monarca a Washington representa o primeiro esforço importante do governo dos EUA para tranquilizar grandes aliados do Golfo Pérsico, à medida que o acordo entra em uma nova fase.
Salman bin Abdul Aziz não compareceu à cúpula de países do Golfo que o presidente americano organizou em Camp David (EUA), uma ausência que foi considerada por muitos analistas como uma demonstração de desaprovação do rei saudita às conversas que na época estavam avançando entre o Irã e o G5+1.
A declaração emitida pelos dois países após o encontro entre seus líderes não se aprofundou no pacto nuclear e aborda uma série de assuntos de interesse bilateral que foram discutidos, entre eles os conflitos no Iêmen e na Síria e a luta antiterrorista contra o Estado Islâmico (EI).
Nesse sentido, os dois países concordaram em acelerar o fornecimento de certos equipamentos militares ao reino saudita e também em aumentar a cooperação na luta contra o terrorismo, na segurança marítima, na segurança cibernética e na defesa de mísseis balísticos.
Os líderes “assinalaram a importância de sua cooperação para deter o fluxo de combatentes estrangeiros, para resistir à propaganda de ódio do EI e cortar os fluxos de financiamento do terrorismo”, acrescentou a declaração.
Os dois chefes de Estado reiteraram a necessidade de um compromisso de longo prazo a este respeito e insistiram que a luta contra a Al Qaeda e o EI “requer uma cooperação sustentada” dos países aliados no mundo todo.
Esta é a primeira visita oficial a Washington do monarca saudita, de 81 anos, desde que ascendeu ao trono após a morte de seu irmão, o rei Abdullah, em janeiro, e o primeiro encontro entre os líderes desde então, quando Obama viajou ao país árabe. EFE
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