Rei da Espanha fixa como prioridades a luta contra o desemprego e a corrupção

  • Por Agencia EFE
  • 24/12/2014 18h48
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Madri, 24 dez (EFE).- O rei Felipe VI fixou nesta quarta-feira a luta contra o desemprego como a principal prioridade na Espanha, além de uma “profunda regeneração” na qual o combate contra a corrupção seja um “objetivo irrenunciável”.

Felipe de Bourbon pronunciou hoje seu primeiro discurso de Natal depois que foi proclamado rei no último dia 19 de junho, em substituição de seu pai, Juan Carlos I, que tinha anunciado sua abdicação em 2 de junho.

Na mensagem, retransmitida pelas principais cadeias de televisão do país, o monarca falou também sobre a situação na Catalunha, onde as formações nacionalistas promovem o soberanismo, para afirmar que se preocupa com uma “fratura emocional” e pedir respeito à Constituição, que garante a convivência e a pluralidade.

O discurso natalino de Felipe VI era muito esperado, não só porque é o primeiro de seu reinado, mas também porque acontece dois dias após a notícia de que sua irmã Cristina, infanta da Espanha, terá que responder perante um tribunal por supostamente ter cometido dois delitos fiscais em um caso no qual seu marido, Iñaki Urdangarin, será julgado por corrupção.

Sem mencionar expressamente este assunto, Felipe VI disse que o fato de que os responsáveis de “condutas irregulares” estejam “respondendo por elas” é uma prova do funcionamento do Estado de Direito.

A afirmação ganha peso também após um ano marcado na Espanha por diferentes casos de corrupção que fazem com que esse fenômeno seja o segundo problema para os espanhóis, depois do desemprego, segundo refletem as últimas enquetes de opinião divulgadas pelo Centro de Pesquisas Sociológicas (CIS).

“A grande maioria de servidores públicos desempenham suas tarefas com honradez e vontade de servir aos interesses gerais”, afirmou o rei antes de ressaltar que também é necessário evitar que essas condutas irregulares “criem raízes em nossa sociedade e possam se reproduzir no futuro”.

Outro dos eixos do discurso de Felipe VI foi a crise econômica, cuja “dureza e duração produz incerteza” e é um motivo de “grave preocupação”, embora tenha salientado que as principais magnitudes macroeconômicas melhoram e se está recuperando o crescimento econômico e o emprego.

No final de setembro o desemprego afetava 23,67% da população ativa da Espanha, um índice “inaceitável”, nas palavras do monarca, que pretende transformar a criação de emprego em uma grande prioridade, de modo que “a economia esteja a serviço das pessoas”.

Felipe de Bourbon quis também transmitir uma mensagem de esperança ao assegurar que, para superar as dificuldades, “não partimos do zero. Somos uma democracia consolidada, uma nação apreciada no mundo com profunda vocação universal. Hoje, mais que nunca, somos parte fundamental de um projeto europeu”. EFE

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