Rei da Holanda supera com louvor seu primeiro ano no trono
Haia, 26 abr (EFE).- Willem-Alexander da Holanda teve seu primeiro ano no trono aprovado e, com o apoio de sua esposa Máxima, ao contar com o respaldo da imensa maioria da população holandesa a sua gestão.
O país estreia hoje “o Dia do Rei” com 87% de aprovação do monarca. Esse é o índice que considera que William-Alexander o faz “bem ou muito bem”, segundo as pesquisas mais recentes.
No entanto, alguns analistas minimizaram o resultado ao ponderar que os últimos 12 meses não apresentaram nenhuma “grande prova” para testá-lo.
“O rei se reconciliou com o trabalho ao qual estava predestinado e o desempenha com gosto e dedicação”, disse à agência Efe o escritor e especialista na Casa de Orange, Fred Lammers, evocando as dificuldades que Willem-Alexander teve como adolescente para assumir sua condição de príncipe herdeiro.
Com um estilo “mais informal e acessível”, segundo Lammers, William-Alexander foi se familiarizando com o trono em busca de sua própria marca para a monarquia.
O analista político e jornalista Rene Zwaap concorda que o rei “trabalha muito duro para estar à altura de sua predecessora”, mas opinou que “ainda não pôde imprimir seu próprio selo ao trono, entre outras coisas porque não teve que passar nenhum teste difícil” que ponha a toda prova sua destreza como elemento de união do país.
A popularidade do monarca está estreitamente vinculada à rainha consorte, Máxima, em algumas ocasiões chamada de “Evita Perón dos Países Baixos”, que tem o “talento inato de gerar simpatia e iniciar a máquina de propaganda”, comentou Zwaap.
Tamanha é a preocupação em suavizar a percepção do público de que se trata de um “reinado de duas cabeças”, que a Casa Real fez um esforço para “neutralizar Máxima”, remarcando que o trono recai somente sobre seu marido.
Ao mesmo tempo o passado da rainha consorte é “uma potencial bomba-relógio” para a instituição monárquica na Holanda: “Ser filha de um ex-ministro de Videla continua sendo muito delicado politicamente” e a “lógica lealdade dela com o pai poderia se interpor entre sua origem e seu atual status”, comentou.
Em um país com um Estado do bem-estar cambaleante, com privilégios, como os dos promotores, da Coroa também jogam o governo, o que faz que a opinião pública e inclusive vozes do partido dos trabalhistas defendam que a verba orçamentária do rei não supere 130% do salário do primeiro-ministro, o que significaria cerca de 230 mil euros ao ano.
Essa norma é aplicada na Holanda para estabelecer limites salariais nos altos cargos contratados por instâncias públicas.
Willem-Alexander recebe atualmente 817 mil anuais e 4,5 milhões de euro para custear sua representação, o que inclui, entre outros, despesas de representação e salários do pessoal de palácio e conselheiros.
Também não são bem-vindos excessos como a mansão de férias em Moçambique (à qual finalmente renunciaram) e investimentos na Argentina que, sob o amparo do âmbito privado, “tentam manter fora do alcance público e jornalístico”, lembrou Zwaap, que qualificou essas práticas de “riscos” para a estabilidade monárquica.
Por enquanto, a complementaridade entre o estilo espontâneo de Máxima e a comedida rigidez de Willem-Alexander fazem com que se apresentem dentro e fora do país, em palavras de Lammers, como um “casal real perfeito, adaptado às necessidades de seu tempo”. EFE
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