Rei Juan Carlos, figura-chave na promoção das Cúpulas Ibero-Americanas

  • Por Agencia EFE
  • 02/06/2014 13h36
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Madri, 2 jun (EFE).- O rei Juan Carlos I foi ao longo de seus quase 39 anos de reinado um grande impulsor das Cúpulas Ibero-Americanas e uma figura-chave nas relações da Espanha com a América Latina, com cujos líderes manteve vínculos muito próximos.

O monarca espanhol, que nesta segunda-feira anunciou sua abdicação em favor de seu filho, o príncipe das Astúrias, teceu vínculos especiais com os líderes latino-americanos, do cubano Fidel Castro, que se declarou “realista” embora não “monárquico”, até o venezuelano Hugo Chávez, que o rei mandou se calar na Cúpula Ibero-Americana de Santiago do Chile em 2007.

Desde sua proclamação, em novembro de 1975, o rei Juan Carlos trabalhou para reforçar e manter os laços especiais da Espanha com a região e apoiar o projeto de uma Comunidade Ibero-Americana de Nações.

Nesse sentido, desde 1991, quando foi realizada a I Cúpula Ibero-Americana em Guadalajara (México), Juan Carlos de Bourbon assistiu a todas elas, exceto à de 2013 no Panamá, recém-operado do quadril.

Em todos esses encontros o monarca lhe deu tratamento deferente por parte de todos os presidentes da região e foi considerado um eixo continuador destes encontros.

Desde que em outubro de 1976 o rei realizou sua primeira viagem oficial à América Latina para visitar a República Dominicana, Colômbia e Venezuela, o monarca visitou oficialmente todos os países da região, exceto Cuba, onde só esteve para assistir à IX Cúpula Ibero-Americana, realizada em novembro de 1999 e que foi qualificada oficialmente como “privada com projeção pública”.

Antes da cúpula, o então presidente cubano, Fidel Castro, afirmou que o monarca espanhol “tem uma história de serviços a seu país em momentos muito difíceis. É muito respeitado”.

Outros presidentes latino-americanos também expressaram seu reconhecimento e afeto pelo monarca espanhol como o venezuelano Hugo Chávez, que afirmou em 2011 que o rei Juan Carlos da Espanha era “uma figuraça” e disse que era um bom amigo do monarca espanhol.

Isso, apesar do “Por que não se cala?” que o rei lançou para Chávez, que estava interrompendo o então presidente do governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero.

A última viagem oficial do rei da Espanha à região ibero-americana foi em junho de 2012 e seu destino foi Brasil e Chile, para reforçar a cooperação política e econômica com ambos os países.

Outro exemplo da importância que a Coroa espanhola dá às relações com a região ibero-americana é que a primeira viagem oficial que o príncipe Felipe, herdeiro da Coroa, realizou ao exterior em representação do Chefe do Estado foi à Colômbia em 1983, onde foi aos atos em comemoração ao 450º aniversário da fundação de Cartagena das Índias.

Desde 1996, além disso, Felipe de Bourbon representou seu pai na posse de todos os presidentes ibero-americanos, o que deu continuidade a esse vínculo da Coroa espanhola com o continente. EFE

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