Rei Juan Carlos pede divulgação de liberdade e direitos na América Latina
Madri, 13 abr (EFE).- O rei Juan Carlos, que abdicou ao trono espanhol em favor de seu filho no ano passado, destacou a importância da divulgação em toda a América Latina do “respeito à liberdade, aos direitos humanos e à paz entre as nações”, valores que unem o continente à Espanha, como algo “fundamental” para alimentar o diálogo de cooperação entre os dois lados do Atlântico.
O pai do rei da Espanha, Felipe VI, fez estas declarações durante a apresentação da nova Cátedra da América Latina da Universidade Pontifícia Comillas, perto de Madri.
Juan Carlos I presidiu o evento, também assistido pelo ex-chefe do governo espanhol Felipe González, no qual o ex-presidente da Costa Rica, Óscar Arias, Prêmio Nobel da Paz, pronunciou uma conferência sobre a realidade política na América Latina.
A nova cátedra, que será dirigida pelo ex-secretário-geral ibero-americano, Enrique Iglesias, nasce com o objetivo de facilitar o encontro entre empresas, instituições acadêmicas e outras organizações, assim como de facilitar o debate sobre o desenvolvimento da América Latina no complexo entorno da globalização, em suas vertentes econômicas, sociais, políticas e tecnológicas.
Juan Carlos ressaltou que a América é uma grande região com a qual a Espanha compartilha “idioma, tradições e cultura, além de interesses econômicos e, especialmente, os mesmos princípios de respeito à liberdade, aos direitos humanos e à paz entre as nações”.
“Para alimentar e enriquecer esse diálogo de cooperação é fundamental que em ambos os lados do Atlântico divulguem os valores que nos unem”, acrescentou.
A nova cátedra da Universidade Pontifícia Comillas é voltada ao conhecimento da realidade ibero-americana “com toda sua riqueza e complexidade”, disse.
Ele afirmou estar convencido de que esta iniciativa permitirá estimular o interesse de estudantes e especialistas em conhecer mais profundamente “as variadas realidades da América Latina”.
“Cada país é uma realidade especial que importa conhecer, tanto para fortalecer laços políticos e culturais como para formular projetos de cooperação econômica, públicos ou privados”, afirmou Juan Carlos I.
Em sua conferência, Óscar Arias definiu a América Latina como “um conglomerado cada vez menos harmônico de realidades distintas, mas com patologias similares, como uma nefasta propensão ao populismo e à demagogia, um compromisso vacilante com a democracia liberal, um escandaloso expediente de corrupção e um recorde de violência bárbaro e difícil de extinguir”.
Arias pediu que a região levante a voz com urgência pela situação da democracia e dos direitos humanos na Venezuela, e expressou sua confiança de que a aproximação entre Cuba e EUA se transformará em “o ponto para a guinada rumo à democratização da ilha”.
Ele advertiu que a América Central “precisa de ajuda urgente da comunidade internacional, não só por razões políticas ou econômicas, mas humanitárias”, e avaliou que “a paz na Colômbia não só é possível, mas merece todo o respaldo” das outras nações.
O reitor da Universidade Pontifícia Comillas, Julio L. Martínez, foi anfitrião deste evento de apresentação da nova cátedra, que também contou com a presença da Secretaria-Geral Ibero -Americana, Rebeca Grynspan, e do secretário de Estado espanhol de Cooperação Internacional e para região ibero-americana, Jesús Grazia. EFE
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