Reino Unido diz que Iraque terá apoio internacional com governo de unidade

Bagdá, 26 jun (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, William Hague, destacou nesta quinta-feira em Bagdá a importância da formação de um governo de unidade no Iraque para deter os grupos terroristas e, principalmente, receber o respaldo da comunidade internacional.

“Os iraquianos necessitam demonstrar união. Essa é a melhor forma de receber apoio internacional e evitar que outros combatentes se unam ao Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL)”, disse Hague em uma entrevista coletiva realizada após seu encontro com o primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki.

O ministro britânico aconselhou os líderes iraquianos a darem prioridade à unidade política para poder enfrentar os terroristas, solucionar os problemas entre eles, como a gestão do petróleo e outros recursos, e enfrentar as necessidades humanitárias.

“Achamos que só um governo inclusivo e uma real unidade política alcançarão o apoio prático da comunidade internacional para lutar contra o terrorismo”, indicou Hague, que dará continuidade a sua viagem de surpresa amanhã, quando se reunirá com outras autoridades do país.

No caso particular do Reino Unido, o chanceler britânico falou sobre a possibilidade de seu país oferecer apoio diplomático e humanitário para intensificar a luta contra o terrorismo. O Reino Unido também já enviou uma ajuda de emergência de cerca US$ 8,5 milhões ao Iraque, uma quantidade que, segundo Hague, ainda poderia aumentar.

Além disso, o chanceler britânico também destacou a necessidade de “mais esforços e mecanismos internacionais” para frear os jihadistas, cortar suas fontes de financiamento e evitar que cidadãos de outros países viajem para combater em suas fileiras.

Neste aspecto, Hague disse que o Reino Unido apresentará propostas em qualidade de membro do Conselho de Segurança da ONU e que apoiará países como o Líbano ou a Jordânia para isolá-los da ameaça jihadista.

Antes de encerrar seu discurso, Hague considerou que parte do que está ocorrendo no Iraque, onde grupos insurgentes tomaram distintas partes do país nas últimas semanas, está relacionado com a situação na Síria.

“O regime de (Bashar) al-Assad é culpado de criar um ambiente no qual estes grupos ganham espaço para atuar”, acrescentou o chanceler britânico, que chamou outros países a se opor tanto às autoridades de Damasco como ao EIIL para “garantir que os terroristas serão derrotados”. EFE