Reino Unido exige que Rússia retire apoio dado aos separatistas na Ucrânia
Londres, 21 jul (EFE).- O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, exigiu nesta segunda-feira que a Rússia deixe de apoiar os separatistas pró-russos na Ucrânia e disse que, se isto não acontecer, a União Europeia (UE) deve “mudar fundamentalmente sua relação” com Moscou.
Em declaração na Câmara dos Comuns, Cameron ressaltou que há “indignação” na comunidade internacional após a queda na quinta-feira de um Boeing-777 da Malaysia Airlines no leste da Ucrânia, com a morte de 298 pessoas, e garantiu que “o peso das provas” aponta para os rebeldes pró-russos.
Segundo o primeiro-ministro, há evidências de que o governo russo facilitou armas e treinamento aos separatistas, incluídos no uso de mísseis, enquanto, por outro lado, “não há provas de que as forças regulamentares ucranianas tenham disparado” os mísseis.
Cameron lembrou a queda do avião no leste da Ucrânia, que fazia a rota Amsterdã x Kuala Lumpur, aconteceu no contexto da crise na Ucrânia e “da tentativa da Rússia de desestabilizar um Estado soberano”.
O primeiro-ministro do Reino Unido disse que há “indignação” pelo acidente e porque “um conflito que poderia ter sido desestimulado foi alimentado”.
Cameron pediu que a Rússia use sua influência para conseguir que os separatistas permitam um acesso adequado ao avião e a repatriação dos corpos, e ressaltou que o país deve parar de apoiar os grupos rebeldes que combatem o exército ucraniano.
Caso isso não aconteça, a UE “deve mudar fundamentalmente sua relação com a Rússia” e, por exemplo, negar acesso aos seus mercados, entre outras possíveis sanções.
A UE europeia deve usar seu “poder, influência e recursos” para pressionar a Rússia para que mude seu enfoque em relação à situação na Ucrânia.
Cameron conversou este fim de semana com a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, que concordam com a imposição pela EU de mais sanções à Rússia, o que será discutido amanhã na reunião de ministros das Relações Exteriores comunitários.
“Devemos fazer o necessário para enfrentar a Rússia e pôr fim ao conflito na Ucrânia antes que se percam mais vidas inocentes”, afirmou hoje o chefe do governo britânico. EFE
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