Reino Unido prepara comemoração do centenário da I Guerra Mundial

  • Por Agencia EFE
  • 17/01/2014 06h29

Patricia Rodríguez.

Londres, 17 jan (EFE).- O Reino Unido começou 2014 envolvido em um ambicioso programa de eventos culturais e educativos com objetivo de comemorar o centenário do início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

Passados cem anos do começo de um dos episódios bélicos mais violentos vividos pela humanidade, das quais foram protagonistas as principais potências mundiais da época, o âmbito da cultura já deu o tiro de largada para uma série de atividades para lembrar o ano de 1914.

Até 24 de janeiro sobre o palco do teatro londrino Finborough será interpretado o novo musical dirigido por Phil Willmott, “Lost Boy”, com uma abordagem controversa e inesperada que lembra o conflito.

Já o Victoria & Albert Museum inclui em seu programa para o novo ano conversas, simpósios, oficinas e sessões em que são contadas histórias a partir de 24 de janeiro com o título “I Guerra Mundial: Histórias do Império”.

A chamada Grande Guerra, que explodiu em 28 de julho de 1914 e terminou em 11 de novembro de 1918 quando a Alemanha aceitou um armistício, envolveu todas as grandes potências mundiais enfrentadas em dois grupos: os Aliados da Tríplice Entente e as Potências Centrais da Tríplice Aliança.

Seu estopim foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando da Áustria-Hungria, o herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro.

Em dezembro, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, anunciou que seu governo terá cinco milhões de libras (cerca de R$ 19.532.050) para “conservar, reparar e proteger” os monumentos de tributo ao conflito, assim como os lugares onde foram enterradas vítimas britânicas e da Commonwealth (organização intergovernamental composta por 53 países membros independentes) da guerra.

Esse dinheiro, que será repartido ao longo dos próximos quatro anos, subsidiará, além disso, um novo programa educativo com objetivo de ajudar a explicar a importância desses lugares e honrar o sacrifício dos que nele estão enterrados, segundo o premier.

O centenário do início do I Guerra Mundial, cujas celebrações se equiparam às comemorações do Jubileu da Rainha Elizabeth II, será o momento para “todo o país refletir sobre os eventos em que muitos jovens dessa geração fizeram um grande sacrifício”, disse Cameron.

A responsável pelo programa cultural de eventos, Maria Miller, secretária de Cultura, afirmou recentemente que o dinheiro destinado aos monumentos, que estão espalhados por todo o país, serve para “lembrar o significado e a magnitude do que ocorreu há cem anos”.

A chamada “Commonwealth War Graves Comission”, encarregada de cuidar dos lugares onde estão enterradas as vítimas em países da Commonwealth, também ressaltou a importância de assegurar que as gerações presentes e futuras compreendam as razões dos sacrifícios realizados.

No condado de Cornualha, ao sudoeste da Inglaterra, “The Lost Gardens of Heligan” (Os Jardins perdidos de Heligan), na cidade de St Austell, começaram no último dia 28 a preparar seus campos para plantar papoulas – uma flor carregada de significado para os veteranos de guerra – a tempo da próxima primavera.

Exatamente, o chamado “Poppy”, o pequeno broche vermelho em forma de papoula, se transforma a cada ano, desde o final de outubro até 11 de novembro, no adorno imprescindível no país com o qual se rende tributo a militares e ex-combatentes britânicos.

É o emblema de uma tradição que remonta às sangrentas batalhas travadas durante a I Guerra Mundial, cujo final foi marcado pela assinatura do armistício em 1918 “às 11 horas, do dia 11, do 11º mês”. EFE

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