Relatório aponta que despesa militar mundial caiu 0,4% em 2014

  • Por Agencia EFE
  • 12/04/2015 21h13

Copenhague, 13 abr (EFE).- A despesa militar mundial caiu 0,4% em termos reais em 2014 até US$ 1,78 trilhão, segundo um relatório divulgado neste domingo pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI).

A queda esteve impulsionada pela redução da despesa no Ocidente, da mesma forma que ocorreu nos dois exercícios anteriores, embora o número – que representa 2,4% do PIB mundial – seja menos de 2% inferior ao recorde de 2011 e esteja “significativamente acima” dos níveis do final dos anos 80.

A classificação dos 15 principais investidores se mantém sem mudanças notáveis, com os Estados Unidos conservando sua clara posição hegemônica, apesar de um descenso de 6,5% na despesa em 2014 pelas medidas de redução do déficit ordenadas pelo Congresso.

Com US$ 610 bilhões gastos, os Estados Unidos monopolizam quase um terço do total e está perto de triplicar o investimento do segundo colocado, a China, que aumentou a sua despesa em quase 10%.

A Rússia é terceira com US$ 84,5 bilhões, 8,1% a mais que no ano anterior; seguida pela Arábia Saudita – com uma alta de 17%, a maior entre os 15 primeiros -, França, Reino Unido, Índia, Alemanha, Japão, Coreia do Sul, Brasil, Itália, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Turquia.

A despesa em defesa na Europa subiu 0,6% no ano passado até US$ 386 bilhões, graças ao aumento registrado no Leste europeu devido ao conflito bélico na Ucrânia.

É precisamente este país o que experimentou a maior alta, com 23%, em toda Europa; na frente de Polônia (13%), Rússia e Lituânia (6%), enquanto os maiores descensos foram registrados na Albânia (26%), Portugal (12%), Grécia (11%) e Itália (8,8%).

O SIPRI destaca em um relatório complementar que espera-se que a despesa em defesa se duplique na Ucrânia em 2015, embora quase metade dessa quantia seja destinada a pensões; e que na Rússia cresça 60%, apesar de a pressão da economia poder reduzir essa porcentagem.

Apesar do recente compromisso dos membros da Otan de destinar pelo menos 2% de seu PIB em investimento em Defesa, o SIPRI acredita que poucos países poderão alcançar esse nível em curto prazo, embora os bálticos tenham aumentado seus investimentos e a Polônia o superará graças a um plano de modernização de suas forças armadas.

A despesa militar na América Latina quase não variou em relação a 2013, com o Brasil mantendo o papel de potência militar na região e a 11ª no mundo todo, apesar de uma queda de 1,7% no investimento, devido ao arrefecimento da economia.

O Paraguai foi o país que mais aumentou sua despesa em 2014, em 13%; seguido pelo México, com 11% e que dobrou seu investimento em defesa na última década.

A Venezuela, com uma queda de 34%; e o Uruguai, de 11%, foram os países nos quais mais se reduziu a despesa militar.

Por sua vez, o Oriente Médio aumentou seu investimento em 5,2% no ano passado, até US$ 196 bilhões, enquanto na África a alta foi de 5,9%, até US$ 50,2 bilhões; e na Ásia e na Oceania alcançaram US$ 439 bilhões, 5% a mais.

O SIPRI é uma prestigiada instituição internacional dedicada à investigação de conflitos, armamento, controle de armas e desarmamento, criada em 1966 e com sede em Estocolmo. EFE

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