Relatório diz que 1 em cada 4 argentinos é pobre; governo rebate

  • Por EFE
  • 17/04/2015 12h36

Aníbal Fernández Reprodução/Facebook Aníbal Fernández

O governo da Argentina, que não revela números sobre a pobreza no país desde 2013, acusou de mentirosos, nesta sexta-feira (17), os autores de um relatório que assegura que um em cada quatro argentinos é pobre e que a situação só piora.

“O que dizem é uma mentira como tantos que revelam números para se instalar no meio da discussão. Que sentido tem discutirmos isso? É zero seriedade, zero importância”, sustentou hoje o chefe de Gabinete do governo argentino, Aníbal Fernández, durante seu contato diário com os meios de comunicação.

O funcionário rejeitou assim os números divulgadas hoje por trabalhadores deslocados do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) após a polêmica reforma realizada em 2007 (a partir da qual o organismo começou a ser duramente questionado), segundo a qual, no final de 2014, a taxa de pobreza na Argentina era de 25,1%.O estudo, publicado hoje pelo jornal “La Nación”, sustenta que o número de pessoas em situação de pobreza aumentou 4,4 pontos desde finais de 2013.

No entanto, na progressão do 2014, a pobreza caiu quatro décimos no último semestre com relação aos primeiros seis meses do ano.

O estudo foi elaborado por trabalhadores associados no sindicato ATE-Indec (Associação de Trabalhadores do Estado Indec), que continuam sendo empregados do Instituto, mas foram deslocados da elaboração de enquetes em 2007 e protestam contra o que consideram manipulação dos dados.

Este relatório se soma aos de outras consultorias privadas que situam um quarto da população argentina em situação de pobreza.

O Indec deixou de publicar os dados oficiais de pobreza há mais de um ano porque ocorreu uma introdução de mudanças metodológicas na medição de outros indicadores, que produziu um problema de “ligação” entre os números antigos e os novos, segundo do então chefe de Gabinete do governo, Jorge Capitanich.

O último a dar um número desde o Governo foi o presidente da Câmara dos Deputados, Julián Domínguez, que no final de março apresentou um estudo elaborado pelo Congresso e outras instituições segundo o qual a taxa de pobreza no país sul-americano é de 14,9%.

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