Relembre a história de Madre Teresa de Calcutá, que está a um passo da santidade
A madre Teresa de Calcutá, fundadora da Ordem das Missionárias da Caridade, está a um passo de ser elevada à santa, depois que o papa Francisco assinou o decreto que autoriza sua canonização.
A religiosa, que dedicou sua vida a servir aos mais necessitados, será canonizada previsivelmente no dia 4 de setembro de 2016, um dia antes de se completar 19 anos de sua morte na cidade indiana de Calcutá, no marco do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia.
O anúncio aconteceu depois que a Igreja Católica aprovou por unanimidade a “cura extraordinária” de um brasileiro em 2008 que estava em fase terminal por causa de graves problemas cerebrais, após a “intercessão da futura santa”.
Com a aprovação por parte do papa desse segundo milagre, requisito fundamental para o canonização, se porá fim a um processo pelo qual já foi beatificada em 2003, durante o pontificado de João Paulo II, que a definiu como “infatigável benfeitora da Humanidade”.
Na época se demonstrou canonicamente a cura, no dia 5 de setembro de 1998, de uma mulher indiana de religião animista que sofria de um tumor no abdômen, depois que lhe colocaram na região uma medalha que tinha pertencido à freira.
Madre Teresa nasceu como Ines Gonxha Bojaxhiu no dia 20 de agosto de 1910, em Skopje, capital da atual república da Macedônia, que na época pertencia à vizinha Albânia.
Filha de um rico empresário da construção, começou sua vida como religiosa em 1928 nas Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, na casa mãe de Rathfarnham (República da Irlanda). Um ano depois foi para Darjeeling porque queria ser missionária na Índia.
De 1929 a 1937 fez o noviciado na comunidade de Loreto, em Calcutá, e em 24 de maio desse último ano fez os votos perpétuos convertendo-se em “esposa de Jesus para toda a eternidade”.
Teresa adotou esse nome em homenagem a Santa Teresinha de Lisieux. No dia 10 de setembro de 1946, quando viajava de trem de Calcutá para Darjeeling teve a inspiração divina que a levou a fundar a congregação das Missionárias da Caridade.
Segundo narra a tradição, Madre Teresa viu o rosto de Jesus e decidiu se entregar totalmente a Cristo, já que nesse rosto encontrou refletidos os deserdados do mundo.
Em 1948 inaugurou uma escola para crianças necessitadas e nesse mesmo ano se vestiu pela primeira vez com o sari branco e azul, o hábito de sua congregação.
Além dos três votos clássicos (pobreza, castidade e obediência), Teresa exigia das religiosas de sua ordem entregar-se para toda a vida e exclusivamente aos mais pobres, sem recompensa material alguma.
Em 1957 fundou um centro de amparo para leprosos e em 1965, depois que Paulo VI outorgou à congregação a aprovação pontifícia, fundou as primeiras casas fora da Índia, em Caracas e Barquisimeto (Venezuela).
Em 1979 lhe concederam o Nobel da Paz por seu trabalho de caridade em favor dos indigentes do mundo. Na cerimônia de entrega, em Oslo, renunciou ao banquete e doou todo o dinheiro do prêmio aos pobres.
Defensora ardente da vida, condenou o aborto e viajou por todo o mundo para conscientizar as pessoas contra essa prática.
Em 1987, João Paulo II abençoou a primeira pedra da casa que abriu dentro do Vaticano para acolher os necessitados de Roma.
A saúde de Teresa, que tinha um marca-passo desde 1983, começa a piorar em 1989 e desde então, até sua morte, esteve internada em várias ocasiões em diferentes hospitais.
Madre Teresa de Calcutá em março de 1993 (EFE)
Em 1996 publicou o livro “Caminho de Simplicidade”, no qual recolhe a doutrina religiosa que impulsionou sua vida de dedicação aos demais.
Sua saúde piora após contrair malária e, após várias recaídas, no dia 5 de setembro de 1997 morre de parada cardíaca em sua casa das Missionárias em Calcutá. Foi enterrada na capela da sede de sua congregação em 10 de setembro.
O enterro foi um acontecimento nacional na Índia, onde milhões de pobres acompanharam o corpo pelas ruas de Calcutá e do funeral participaram personalidades de todo o mundo.
“De sangue sou albanesa; de cidadania, indiana; por fé, sou católica; por vocação, pertenço ao mundo; e por coração, pertenço totalmente ao Coração de Jesus”, afirmava Teresa.
Sua congregação conta com 4.500 religiosas de mais de 80 nacionalidades, distribuídas em 133 países, onde têm 710 casas. Também há irmãos, pais e laicos missionários da caridade, colaboradores e voluntários.
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