#SãoPaulo461: Relembre o incêndio no edifício Joelma, marco na história quadricentenária da cidade
No especial Jovem Pan de comemoração do 461º aniversário da cidade de São Paulo, a ser completado no próximo 25 de janeiro, a Jovem Pan relembra alguns fatos que marcaram a história da capital.
Começamos pelo incêndio no edifício Joelma, uma cicatriz na memória paulistana, que ainda hoje impressiona pelas imagens, relatos e a comoção.
No dia 1º de fevereiro de 1974, uma sexta-feira, um curto-circuito em um ar condicionado no décimo segundo andar deu início a tragédia: eram 8 e 45 da manhã.
A cobertura jornalística feita pela Jovem Pan marcou época no rádio: a transmissão ágil dos repórteres é até hoje uma referência (ouça no áudio acima). A tragédia do Joelma, localizado na esquina da rua Santo Antônio com a Nove de Julho, no centro, reavivou um incêndio de dois anos antes na cidade.
Em 72, o Edifício Andraus, na São João, foi consumido pelas chamas: 16 pessoas morreram, número considerado baixo. A maioria dos sobreviventes conseguiu ser resgatada por helicópteros. Já as vítimas do Joelma – 189 – não tiveram a mesma sorte: faltavam escadas de incêndio e a lage do último andar não suportava o peso de uma aeronave.
As proporções do incêndio no Joelma foram alarmantes: mais de setecentas e cinquenta pessoas estavam espalhadas pelos mais de 20 andares. No dia primeiro de fevereiro de 74, a Jovem Pan não transmitiu a Voz do Brasil para continuar prestando serviço: a cidade estava colada ao rádio.
As imagens das pessoas se jogando dos andares do Joelma aumentaram as proprorções da tragédia. Naquele dia, o rádio prestou serviço: ajudou a pedir medicamentos e a tranquilizar os familiares dos que trabalhavam no prédio.
O incêndio de 40 anos atrás serviu para mudar a referência da segurança nos edifícios em São Paulo. O próprio Joelma, hoje chamado Praça da Bandeira, é um dos mais aparelhados da capital.
O coronel dos bombeiros Nílton Divino Dadío, que trabalhou nos resgates daquele dia, tem vivas as lembranças de quatro décadas atrás.
“Hoje o que resta é a emoção, né? A emoção de você ter participado desse momento difícil da cidade, ter podido, de alguma forma, ajudar a minimizar o sofrimento das pessoas. Essas coisas vêm toda na cabeça. Tudo isso volta”, disse o bombeiro.
Confira a entrevista do coronel do Corpo de Bombeiros à época e outros áudios marcantes da tragédia no edifício Joelma no áudio acima. A matéria é do repórter Thiago Uberreich.
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