República Democrática do Congo registra 3 mil estupros no 1° semestre de 2014
Kinshasa, 19 ago (EFE).- Quase três mil pessoas, em sua maioria mulheres, sofreram abuso sexual no primeiro semestre deste ano no leste da República Democrática do Congo (RDC), revela um relatório do hospital congolês Heal África publicado nesta terça-feira.
O porta-voz do hospital, Jonathan Kasereka, disse que unicamente 440 casos foram denunciados, dos quais, só uma centena foram castigados.
O relatório desse centro especializado em violência sexual documenta 2.829 casos de abusos sexuais entre janeiro e junho nas províncias de Kivu Norte e Maniema, no leste do país, onde há um forte presença de grupos armados.
Nem todas as vítimas receberam atendimento no Heal África, já que algumas mulheres foram atendidas em centros próximos a seus lares e outras não foram ao médico “porque suas famílias não as encorajaram a procurá-los”, segundo o relatório.
Kasereka fez uma chamada à comunidade internacional para que aumente seus esforços para lutar contra a violência sexual no país africano.
Recentemente, a representante especial da ONU para a Violência Sexual em Conflitos, Zainab Hawa Bangura, assegurou que a ONU apoiaria a RDC em sua luta contra a violência sexual.
Bangura, citada no relatório, assegurou que os policiais tinham revelado durante uma entrevista que 95% dos estupros são perpetrados por homens armados de todos os bandos, tanto rebeldes como soldados das Forças Armadas.
A RDC está imersa em um frágil processo de paz após a segunda guerra do Congo (1998-2003), que envolveu vários países africanos, e em seu território estão desdobrados cerca de 19 mil soldados da ONU. EFE
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