Reservatório de Paraibuna atinge volume morto, informa ONS

  • Por Agência Brasil
  • 22/01/2015 16h24
JACAREÍ, SP, 12.08.2014: ABASTECIMENTO-SP - Relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) aponta risco de seca nas represas da região do Vale do Paraíba, em São Paulo, especialmente no reservatório de Paraibuna (SP). Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro apresentam impasse sobre a liberação de água no reservatório de Jaguari, entre São José dos Campos e Jacareí, uma vez que o lado paulista teria descumprido determinação na ONS para vazão de saída de água. (Foto: Nilton Cardin/Folhapress) Nilton Cardin/Folhapress Reservatório de Paraibuna/SP

De acordo com o Informativo Preliminar Diário da Operação, publicado hoje (22) pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório de Paraibuna,  no Rio Paraíba do Sul, pertencente à Companhia Energética de São Paulo (Cesp), atingiu o chamado volume morto ontem (21), às 7 horas. “Não está mais produzindo energia”, disse à Agência Brasil a assessoria de imprensa do ONS.

Estão chegando ao reservatório de Paraibuna nove metros cúbicos de água por segundo, mas ele está permitindo sair 32 metros cúbicos por segundo. Segundo a assessoria, isso está sendo feito com  vertimento, isto é, com descarga que não passa pelas turbinas, porque é preciso respeitar a vazão defluente mínima obrigatória do reservatório.

“Ele não está  produzindo mais energia e está  usando o volume morto para manter a descarga mínima obrigatória que tem”. Em outras palavras, toda a defluência  do reservatório está sendo feita com utilização do volume morto.

Na avaliação do ONS, esse é um sinal de que  os reservatórios estão se esvaziando. O reservatório de Santa Branca, pertencente à Light, por exemplo, apresenta nível de 0,65%, com entrada de 27 metros cúbicos de água por segundo e saída de 40 metros cúbicos por segundo; o de Funil¨(Furnas) tem nível de 4,15%, com 65 metros cúbicos por segundo de entrada e 137 metros cúbicos por segundo de saída; já  no reservatório de Jaguari (Cesp), o nível alcança 2%, com cinco metros cúbicos de água por segundo entrando e 11 metros  cúbicos por segundo saindo.

O ONS salientou, entretanto,  que para a geração de energia do  Sistema Interligado Nacional (SIN), a bacia  do Rio Paraíba do Sul representa menos de 1% da energia produzida. “Não é relevante em termos de energia. O fato de ela parar não é motivo de atenção maior, porque só contribui com 1% da geração hidráulica do sistema”,  esclareceu a assessoria do órgão.

O coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Nivalde de Castro, reforçou que para a geração elétrica, a bacia do Rio Paraíba do Sul “não é problemática. Ela vai ser problemática para o abastecimento de água”. Disse à Agência Brasil que, como não está chovendo, a tendência é que outras bacias comecem a ter o mesmo tipo de problema. “De maneira geral, a próxima medida agora é fazer procissão para São Pedro”, sugeriu.

Na avaliação de especialistas do setor, os reservatórios brasileiros “estão chegando ao fim da linha”. 

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