Retirada de trabalhadores humanitários deixa 300 mil sem ajuda no Sudão Sul
Juba, 11 mai (EFE).- A ONU alertou nesta segunda-feira que cerca de 300 mil pessoas ficaram sem acesso a ajuda de primeira necessidade no estado sul-sudanês de Unity após trabalhadores humanitários serem retirados devido à violência.
Em comunicado, o coordenador humanitário da ONU no Sudão do Sul, Toby Lanzer, explicou que a resposta humanitária em regiões situadas ao sul de Bentiu, capital de Unity.
“As recentes hostilidades no estado de Unity obrigaram todas as ONGs e agências da ONU a retirarem o pessoal de Leer e outras regiões”, lamentou Lanzer.
Como consequência da retirada, cerca de 300.000 civis não podem receber a ajuda de emergência que necessitavam, como alimentos e assistência médica.
Segundo o representante da ONU, a nova onda da violência no sul de Unity ocorre em um momento em que as reservas de alimentos estão se esgotando e também coincide com a temporada de semeadura, o que dificultará que os habitantes da região cultivem os campos para colher no fim do ano.
“As agências humanitárias se comprometem a retornar a todas as áreas do sul de Unity e a continuar as operações de emergência assim que possível e de forma segura”, assegurou Lanzer, que pediu às partes em conflito para que ofereçam garantias de segurança aos trabalhadores humanitários.
O conflito no Sudão do Sul explodiu em dezembro de 2013, entre forças do presidente sul-sudanês, Salva Kiir, de etnia dinka, e do ex-vicepresidente Riak Machar, da tribo nuer, e causou milhares de mortes e deixou dois milhões de refugiados. Apesar de as partes já terem se reunido e assinado acordos de cessar-fogo, nenhum prosperou. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.