Retomada hoje audiência preliminar de Leopoldo López na Venezuela
Caracas, 3 jun (EFE).- Leopoldo López, um dos líderes da oposição na Venezuela, voltou nesta terça-feira ao tribunal para mais uma audiência sobre os protestos de 12 de fevereiro, que foram o estopim para a onda de manifestações contra o governo que incendiou o país.
López, detido em uma prisão militar desde 18 de fevereiro, participou ontem da primeira audiência do caso no tribunal de Caracas, que durou mais de 10 horas.
O advogado Roberto Marrero, membro da equipe legal do líder do partido Vontade Popular, disse aos jornalistas que a acusação “não tem fundamento” e que a defesa provará que López é “totalmente inocente”.
López, que se entregou voluntariamente à Justiça, é acusado pela promotoria de ser o autor intelectual de incêndio intencional, instigação pública, danos e formação de quadrilha pelos violentos confrontos de 12 de fevereiro.
Segundo Marrero, “a acusação da procuradoria se baseia nos discursos de Leopoldo López”, a quem acusam de ter enviado um “mensagem subliminar que foi a causadora a violência”.
De acordo com as estimativas da defesa, hoje poderia terminar a audiência preliminar, onde se determinará se o caso irá a julgamento ou se será arquivado.
Em 12 de fevereiro duas manifestações, uma convocada por López e outra por estudantes, aconteceram pacificamente no centro de Caracas, mas enquanto isso um grupo de encapuzados atacou o edifício da procuradoria e vários veículos da polícia em confrontos que deixaram três mortos e dezenas de feridos.
Esses incidentes foram o estopim para o endurecimento dos protestos que durante semanas praticamente pararam o país contra o governo de Nicolás Maduro, muitos deles violentos, que deixaram 42 mortos e centenas de feridos e detidos.
Ontem a promotoria expôs suas acusações e López fez suas alegações em uma intervenção de quase uma hora, na qual defendeu sua inocência, informaram seus advogados.
“Ele reconheceu ter criticado, elevado o tom das críticas ao governo, mas elas são apresentadas por um dirigente político e fazem parte do contexto de uma democracia”, afirmou na segunda-feira Juan Carlos Gutiérrez, também advogado de López. EFE
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