Retração do PIB em 2016 passa de 3,16% para 3,20%, projeta Focus

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/09/2016 10h26
David Alves/Palacio Piratini David Alves/Palacio Piratini Setor da indústria foi o mais afetado pela retração do PIB no 2º trimestre

O Relatório de Mercado Focus desta semana mostrou mudanças, para pior, nas projeções para a atividade no País em 2016. Pelo documento, as estimativas para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano indicaram retração de 3,20%, ante os 3,16% projetados uma semana antes. Há um mês, o mercado previa uma queda de 3,23%.

Para 2017, o cenário é um pouco melhor, com perspectiva de PIB positivo. O mercado previu para o País, conforme o relatório Focus divulgado nesta segunda-feira, 5, um crescimento de 1,30% no próximo ano, acima da alta de 1,23% projetada uma semana antes. Há um mês, estava em 1,10%.

Na semana passada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o PIB brasileiro recuou 0,6% no segundo trimestre de 2016, ante o primeiro trimestre, e teve retração de 3,8% ante o segundo trimestre de 2015. No primeiro semestre, o PIB acumulou baixa de 4,6% e, em 12 meses, recuo de 4,9%. 

Em junho, o BC informou no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que sua nova estimativa para o PIB deste ano era de retração de 3,3%, ante baixa de 3,5% vista na edição anterior do documento. No caso de 2017, a projeção do Ministério da Fazenda é de 1,6% de crescimento. Essa nova estimativa consta no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA), apresentado ao Congresso no fim de agosto. 

No relatório Focus divulgado nesta segunda, as estimativas para a produção industrial ainda sugerem um cenário difícil. A queda prevista para este ano passou de 5,98% para 6,03%. Para 2017, a projeção de alta da produção industrial permaneceu em 0,50%. Há um mês, as expectativas para a produção industrial estavam em recuo de 6,00% para 2016 e alta de 0,50% para 2017. 

Na última sexta-feira, o IBGE informou que a produção industrial subiu 0,1% em julho ante junho e cedeu 6,6% ante julho de 2015. No ano, a queda acumulada é de 8,7%. 

Já as projeções para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para este ano passaram de 45,00% para 44,90% no Focus. Um mês atrás, estava em 44,55%. Para 2017, as expectativas no boletim Focus foram de 49,10% para 49,05%, ante projeção apontada um mês atrás de 48,76%.

Superávit comercial

Apesar do recuo acumulado do dólar ante o real neste ano, as projeções do mercado financeiro para a balança comercial seguem fortes. Nesta segunda-feira, a estimativa do Relatório Focus de superávit comercial este ano permaneceu em US$ 50,00 bilhões. Um mês atrás estava em US$ 50,44 bilhões. Na estimativa mais recente do BC, o saldo positivo de 2016 ficará em US$ 50 bilhões.

Para 2017, houve leve alteração e as estimativas de superávit comercial foram de US$ 49,81 bilhões para US$ 49,80 bilhões de uma semana para outra – ante US$ 50,00 bilhões de um mês antes.

No caso da conta corrente, as previsões para 2016 continuam com um déficit de US$ 15,00 bilhões, pela décima primeira edição consecutiva. Para 2017, o mercado passou a prever um rombo nas contas externas de US$ 21,92 bilhões, menor que a projeção de US$ 23 bilhões de uma semana antes. Um mês atrás, o rombo projetado era de US$ 13,00 bilhões.

No mês passado, o BC informou que de janeiro a julho deste ano o País acumulou um déficit na conta corrente de US$ 12,541 bilhões.

Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o resultado deficitário neste e no próximo ano. A mediana das previsões para o IDP em 2016 permaneceu em US$ 65,00 bilhões de uma semana para a outra – mesmo patamar de um mês antes. No acumulado deste ano até julho, o IDP somou US$ 33,894 bilhões. Nas projeções mais recentes do BC, a perspectiva é de ingresso de US$ 70 bilhões de IDP no País em 2016. 

Para 2017, a perspectiva de volume de entradas de investimento direto, de acordo com o Focus, permaneceu em US$ 65 bilhões, também o mesmo montante de um mês atrás.

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