Retrospectiva 2018: O último ano de Michel Temer na Presidência e o fim do foro privilegiado
2018 já tinha começado quando o presidente Michel Temer anunciou a intervenção federal no Rio de Janeiro. O general Braga Netto assumiu a segurança pública do Estado no lugar do secretário Roberto Sá, cargo que vai ocupar até o próximo dia 31.
Dez meses depois, o mesmo foi feito com o estado de Roraima. Policiais e agentes penitenciários estavam há meses sem receber e a categoria já havia paralisado as atividades.
Ainda na área de segurança, o Governo federal também instalou neste ano um conselho que formalizou a implantação do SUSP, uma espécie de SUS da segurança.
Mas um dos maiores desafios enfrentados por Temer nesses dois anos de Governo ocorreu em maio. Caminhoneiros cruzaram os braços durante dez dias contra a alta nos preços dos combustíveis, em especial, do diesel.
A paralisação gerou um verdadeiro caos em diversos setores do país e causou desabastecimento de insumos de primeira necessidade, como alimentos e remédios.
Depois da derrota do Brasil na Copa do Mundo, Temer precisou nomear um novo ministro do Trabalho. Helton Yomura, do PTB, então ocupante do posto, foi afastado por ordem do STF, no âmbito da operação Registro Espúrio.
Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello, escolhido para assumir o cargo, foi o terceiro titular anunciado para a pasta em um ano. Antes de Yomura, a deputada federal Cristiane Brasil, também do PTB, foi impedida pelo Supremo de tomar posse.
Outubro chegou e trouxe com ele as eleições presidenciais. Embora não estivesse concorrendo a nenhum cargo, o presidente protagonizou algumas discussões nas redes sociais com candidatos.
Temer divulgou vídeos nos quais atacou os presidenciáveis Geraldo Alckmin, do PSDB, e Fernando Haddad, do PT. Até mesmo João Doria, do PSDB, que concorria ao governo de São Paulo foi citado nos vídeos de Temer.
O presidente refutou as críticas do tucano e pediu que Doria desacelerasse, em referência ao bordão dele “acelera São Paulo”.
Depois do primeiro turno das eleições, uma parte dos brasileiros resolveu pedir desculpas ao presidente por, um dia, ter gritado “fora Temer” ou tê-lo chamado de “golpista”.
Com a disputa já definida entre Jair Bolsonaro, do PSL, e Fernando Haddad, o perfil oficial do presidente recebeu uma enxurrada de hashtags de “fica Temer” e de apelidos carinhosos, como “vampiríneo lindo”, além de trechos de músicas românticas.
Mas, no dia 28 de outubro, Bolsonaro foi eleito com 55% dos votos válidos e coube a Temer apenas cuidar da transição. Ele elogiou a equipe do presidente eleito e aproveitou para criticar os governos do PT.
Neste ano também, Temer assinou o decreto de extradição do italiano Cesare Battisti e foi surpreendido por uma nova denúncia da Procuradoria-Geral da República.
Doze dias antes de 2018 acabar, Raquel Dodge o denunciou por ter favorecido empresas do setor portuário em troca de propina. A partir de 1º de janeiro, ele já não terá mais o foro privilegiado e será julgado pela Justiça Federal de São Paulo.
*Informações da repórter Nicole Fusco
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