Reunião entre AIEA e Irã sobre programa atômico termina sem avanços
Viena, 24 fev (EFE).- A reunião mantida nesta terça-feira em Viena entre o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, e o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, sobre como avançar na investigação do polêmico programa nuclear iraniano, terminou sem resultados tangíveis.
Após o encontro, realizado na sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e que durou cerca de duas horas, o representante iraniano disse -sem entrar em detalhes- que as partes acordaram “expandir e acelerar” a cooperação mútua.
“A cooperação entre Irã e o organismo é um processo contínuo. Acordamos ser mais rápidos e avançar em um sentido melhor”, disse Araqchi em entrevista à imprensa.
“Entendemos o importante papel do Organismo no futuro, reconhecemos que terá um papel importante em qualquer acordo (nuclear) entre Irã e o Grupo 5+1”, acrescentou o iraniano, em referência às negociações com as seis grandes potências mundiais para um pacto que ponha fim ao conflito nuclear iraniano.
Sobre estas conversas multilaterais, cuja última rodada terminou nesta segunda-feira em Genebra, Araqchi assinalou hoje que “nada está estipulado até que tudo esteja estipulado”.
Em todo caso, assegurou que as partes “fizeram progressos” na Suíça, embora reconheceu também que “faltam muitas coisas e que ainda há diferenças”.
De forma paralela a este amplo processo negociador, os especialistas da AIEA tratam de resolver há 15 meses vários aspectos de sua investigação.
Entre estes destacam possíveis aplicações militares do programa nuclear iraniano e o acesso a certas instalações e pessoas no Irã.
Em seu mais recente relatório técnico, emitido na semana passada, a AIEA criticou que, contra o prometido, Irã segue sem cumprir com os compromissos fixados no passado.
Concretamente, o Irã não entregou à agência nuclear da ONU mais informação sobre possíveis dimensões militares de seu programa nuclear no prazo previsto para o agosto passado.
As negociações do Irã e do grupo G5+1 (EUA., Reino Unido, França, Rússia e China -as cinco potências com direito a veto no Conselho de Segurança da ONU- mais Alemanha) continuarão na semana que vem.
Seu objetivo é conseguir um acordo marco antes de 31 de março e um acordo técnico mais detalhado até 1 de julho.
As conversas paralelas em Viena não estão diretamente ligadas às de Genebra, embora um acordo em nível político entre o G5+1 e o Irã exige também uma aproximação ou uma solução de questões técnicas entre a AIEA e a República Islâmica. EFE
jk/ff
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