Reunião entre governo e metroviários de São Paulo termina sem acordo
São Paulo, 9 jun (EFE).- Os metroviários de São Paulo afirmaram nesta segunda-feira que manterão a greve iniciada há cinco dias após o fracasso da negociação com o governo para colocar fim à paralisação.
O sindicato que representa os funcionários do metrô informou que o governo do estado de São Paulo não atendeu suas novas reivindicações e que não tem como garantir o funcionamento normal, na quinta-feira, do principal meio de acesso à Arena Corinthians, onde o Brasil estreará na Copa do Mundo contra a Croácia.
Sem poder de negociação pela decisão de um tribunal que declarou a greve ilegal, o sindicato condicionou o fim da paralisação a que o governo revise sua decisão de demitir “por justa causa” 42 funcionários que participaram da greve.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, descartou revisar a decisão e exigiu o retorno imediato dos metroviários a seus postos de trabalho.
“Podíamos ter chegado a um acordo hoje mesmo se as demissões tivessem sido negociadas”, afirmou o presidente do sindicato dos metroviários, Altino Prazeres, após o fracasso da reunião de três horas com representantes do governo.
O secretário de Transportes de São Paulo, Jurandir Fernandes, se limitou a dizer ao sair do encontro que “não houve acordo” e esclareceu que o governo demitiu 42 funcionários que participaram de atos de vandalismo e está analisando a demissão de outros 13.
O governo tinha informado inicialmente sobre a demissão de 60 metroviários.
O superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros, que atuou como intermediário na reunião, afirmou que a direção do Metrô chegou a aceitar a recontratação dos 42 demitidos, mas foi desautorizada pelo governador no meio das negociações.
Por sua vez, Prazeres negou que a greve tenha motivações políticas ou pretenda prejudicar a Copa. “Estamos a três dias da Copa. O sindicato não tem a intenção de prejudicar o Mundial. A greve era por reivindicações trabalhistas e agora está centrada nas demissões”, garantiu.
O governador justificou as demissões por atos de vandalismo promovidos pelos grevistas.
Segundo Alckmin, o governo não anunciará novas demissões desde que os empregados voltem a seus postos de trabalho nesta segunda-feira.
A ameaça do governador surtiu efeito em parte dos funcionários, uma vez que no final da tarde de hoje a greve era apenas parcial em três das cinco linhas de metrô da cidade.
Os trabalhadores do metrô decidiram em uma assembleia no domingo manter por tempo indefinido a greve, que completou cinco dias, apesar da decisão do Tribunal de Trabalho que a declarou ilegal e que determinou que o sindicato pague uma multa de R$ 500 mil por cada dia de paralisação. EFE
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