Reunião entre Obama e Castro durou 1 hora e 20 minutos e foi “produtiva”

  • Por Agencia EFE
  • 11/04/2015 21h52

Cidade do Panamá, 11 abr (EFE).- A histórica reunião deste sábado no Panamá entre os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, durou uma hora e 20 minutos e foi “produtiva”, segundo informou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.

“Os presidentes analisaram os progressos alcançados desde os anúncios do dia 17 de dezembro e concordaram na importância de continuar trabalhando com o objetivo de formar o contexto apropriado para proceder a restabelecer as relações diplomáticas e abrir embaixadas nos respectivos países”, disse Rodríguez em entrevista coletiva.

Em seu tête-à-tête com Obama, o presidente cubano disse que para avançar na normalização total de relações é “essencial” o fim do bloqueio.

Cuba considera que as medidas que Obama adotou em janeiro para flexibilizar o embargo “são um passo na direção correta”, mas Cuba as vê ainda muito limitadas e espera que o presidente dos EUA as amplie e adote outras novas, disse o chanceler.

Raúl Castro também disse a Obama que os EUA devem acabar com as políticas voltadas a promover mudanças no sistema político e socioeconômico da ilha.

Sobre a abertura de embaixadas, ainda sem data, o ministro Rodríguez destacou que Cuba não pôs nenhuma condição, mas para o país é “importante” que se resolva de maneira justa sua saída da lista de países patrocinadores de terrorismo, assim como o problema da falta de serviços bancários para seu Escritório de Interesses em Washington.

O chanceler insistiu em distinguir que o restabelecimento de relações (abertura de embaixadas) e a posterior “normalização” são “processos separados” e previu que os primeiros progressos acontecerão no primeiro caso.

A fase de normalização, no entanto, será um processo mais “difícil” e “complexo” porque implica temas como o fim do embargo e a devolução a Cuba dos terrenos em que se assenta a Base Naval de Guantánamo.

Por outro lado, os presidentes de Cuba e Estados Unidos também abordaram em seu encontro as possibilidades de cooperação que existem em âmbitos de interesse mútuo como a luta contra o terrorismo e o narcotráfico, a proteção do meio ambiente, o combate à mudança climática e no âmbito da saúde, incluindo o enfrentamento de pandemias.

Na primeira reunião presidencial em mais de meio século entre EUA e Cuba, Obama e Castro foram acompanhados pelas duas mulheres que lideram as equipes negociadoras para o restabelecimento de relações diplomáticas: Roberta Jacobson, secretária-adjunta para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado; e Josefina Vidal, diretora da Chancelaria cubana para a América do Norte.

Pela parte americana também estiveram presentes a assessora de Segurança Nacional, Susan Rice, o vice-assessor de Segurança Nacional para as Comunicações Estratégicas, Ben Rodhes, e o diretor de Assuntos Hemisféricos do Conselho de Segurança Nacional, Ricardo Zúñiga.

Do lado cubano, participaram o chanceler da ilha, e dois membros da Comissão de Defesa e Segurança Nacional de Cuba: Juan Francisco Arias Fernández e Alejandro Castro Espín, este último filho de Raúl Castro. EFE

sam/ma

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