Revisões tributárias devem acontecer após as eleições municipais, diz economista

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Dinheiro

O FMI, que fez uma revisão mais positiva das projeções sobre a economia brasileira, alerta para a necessidade de o governo tomar medidas em relação aos ajustes fiscais, incluindo revisões tributárias. O tema será debatido na reunião ministerial do G20, dia 23 de julho, na China. Juan Jensen, economista e diretor da 4E Consultoria falou à Jovem Pan sobre as medidas tributárias que o governo deve proceder.

O especialista explicou porque o aumento de carga tributária é necessário para a melhoria das contas públicas. “De fato, as contas não fecham. O que foi apresentado até então, sendo a principal medida a PEC que coloca um teto para o gasto público, mostra em algumas simulações que teríamos superávit primário dentro de sete anos. O país não pode esperar tanto tempo”, disse.

Jensen destacou que o governo precisa gerar receita, mas está postergando as medidas tributárias devido ao momento político. “A gente deve em algum momento se deparar com aumentos de tributação. O governo não coloca isso na mesa agora porque o impeachment ainda será votado no Senado e teremos as eleições municipais”, afirmou.

Para o economista, o financiamento de campanhas municipais pode ser um tema delicado para o partido de Michel Temer. “Como é uma campanha com pouco dinheiro, se o governo começar a abrir o ‘saco de maldade’, o PMDB, que é o grande partido das eleições com mais de 100 prefeituras, pode ser prejudicado. Então, as medidas econômicas de alguma forma tem que esperar esse tempo dos agentes políticos”, opinou.

Jensen indicou que, passadas as eleições, as medidas tributárias devem ser tomadas. “Deve começar com tributos que não dependam da aprovação do congresso, a CIDE é uma das principais candidatas, que é o imposto sobre combustíveis. Hoje, no caso da gasolina, está em 10 centavos, e já foi muito mais alto que esse valor. Tem um poder arrecadatório quase instantâneo, mas claro que tem um impacto sobre a inflação”, analisou.