Revista francesa já tinha sido alvo de ataques por causa de caricaturas
Redação Central, 7 jan (EFE).- A revista satírica “Charlie Hebdo”, alvo de um atentado terrorista que deixou pelo menos 12 mortos nesta quarta-feira, já tinha sofrido em seus quase 22 anos de existência outros ataques por causa da publicação de caricaturas de Maomé.
A revista, cuja a mera reprodução está proibida pelo Islã, também chegou a ser incendiada em novembro de 2011. Quando voltou às ruas, insistiu na linha editorial com uma capa em que um muçulmano e um desenhista se beijavam sob o título “O amor é mais forte que o ódio”.
No interior da edição, carregada de críticas tanto ao fundamentalismo muçulmano como o cristão, o diretor da publicação, Charb, exigia no editorial o direito dos desenhistas e jornalistas do “Charlie Hebdo” a fazer humor sobre o que quisessem.
Em 3 janeiro de 2013, o site da revista sofreu ataques de hackers, motivados pela publicação no dia anterior de um suplemento especial com uma biografia de Maomé em forma de história em quadrinhos.
Antes disso, o semanário levantou a ira dos islamitas por reproduzir outras caricaturas, originais do jornal dinamarquês “Jyllands-Posten” em setembro de 2005, nas quais o profeta vestia turbante-bomba com o pavio aceso.
Com uma linha ousada e irreverente, a “Charlie Hebdo” foi criada em 1992 pelo escritor e jornalista François Cavanna, morto em 29 de janeiro de 2014, aos 90 anos. O desenhista Charb assumiu então a publicação, dando sequência à linha editorial considerada ofensiva pelos muçulmanos.
A divulgação das caricaturas suscitou um intenso debate na França sobre a liberdade de imprensa no país. EFE
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