Risco de racionamento até o meio do ano é grande, diz especialista

  • Por Jovem Pan
  • 28/03/2014 17h16

O governo pretende acrescentar pelo menos 6 mil megawatts de capacidade instalada em novas usinas de energia elétrica Agência Brasil Edison Lobão

Para não haver apagão durante a Copa do Mundo, o governo pode pedir que a população economize energia. É o que disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, em entrevista ao The Wall Street Journal. Segundo o especialista em energia, Adriano Pires, economizar energia é uma questão de “bom senso” e deveria ocorrer sempre e não só durante a Copa do Mundo.

“Qualquer cidadão de bom senso tem que entender que a energia é um recurso cada vez mais escasso e, portanto, tende a ficar mais caro e é preciso que a gente use de forma racional”, contou o especialista.

Na visão de Pires, o governo precisava criar um plano de uso eficiente de energia como, por exemplo, trocar as lâmpadas. Grande parte dos brasileiros têm em suas residências lâmpadas incandescentes, que gastam mais, e que poderia ser trocada pelas de LED.

De acordo com o especialista, uma economia geral da população com relação à energia diminuiria cerca de 10% a 15% do gasto de energia, mas critica a atitude do governo em não incentivar o público a diminuir esse consumo.

“Isso tem que ser uma coisa devagar, porque você tem que incentivar, tem que fazer propaganda na televisão, tem que contratar formadores de opinião, tem que dar sugestões, tem que exigir, cada vez mais, que a indústria fabrique produtos que consumam menos energia, (…) isso é tudo uma educação. (…) Mas o governo não gosta desse tipo de política, o governo gosto do contrário, incentivar o desperdício. Dando tarifa baixa, fazendo populismo com a população”, disse.

Na opinião de Pires, o risco de racionamento no país hoje é grande, na faixa de quase 30%. Para ele, a última chance do governo de não inserir o racionamento na sociedade é em abril.

“Abril termina, finalmente, o período de chuva e dependendo do que chover em abril você pode ter um racionamento em maio e junho. Um racionamento que vai ser diferente, (…) acho muito difícil o governo falar que vai ter racionamento. Você lembra que o racionamento de 2001 e 2002 do governo Fernando Henrique ajudou a eleger o presidente Lula”, lembrou.

O especialista disse ainda que seria interessante existirem matérias nas escolas sobre economia da energia, para mostrar para as crianças o mundo que vem aí. Confira a entrevista completa de Adriano Pires no áudio acima.

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