Ritmo de recuo da indústria de construção desacelera; emprego segue em queda
O ritmo de queda da indústria de construção continuou desacelerando em junho. É isso o que mostram os dados da Sondagem da Indústria da Construção, divulgados nesta quinta-feira, 21, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No mês passado, o índice de evolução do nível de atividade ficou em 41,2 pontos, após ter marcado 40,1 pontos em maio. De acordo com a entidade, desde janeiro o ritmo de queda vem desacelerando.
Os indicadores da pesquisa variam de 0 a 100, sendo que resultados abaixo de 50 significam retração da atividade e do emprego. Em dezembro do ano passado, o índice de nível de atividade estava em 33,3.
De acordo com a CNI, o “longo período de baixa atividade continua a afetar as condições financeiras das empresas, que seguem deterioradas, e o acesso ao crédito permanece muito restrito”. A confederação aponta ainda que o principal problema enfrentado pelas empresas de construção neste segundo semestre é a falta de demanda. Na sequência, são citadas a elevada carga tributária e as altas taxas de juros.
A CNI destaca que o índice de evolução do nível de atividade permanece abaixo dos 50 pontos, “ou seja, aponta nova queda da atividade”. No entanto, “manteve a trajetória ascendente observada desde janeiro de 2016”.
Emprego e atividade
O índice de evolução do número de empregados, de acordo com a CNI, manteve-se em 38,1 pontos, o que indica que o emprego no setor segue em queda. Já o índice de atividade efetivo em relação ao usual de junho ficou em 27,2 pontos (oscilação de 0,7 ponto ante o anterior, dentro da margem de erro).
O porcentual de utilização da capacidade de operação (UCO) ficou em 56% em junho, mesmo patamar de maio. São oito pontos porcentuais abaixo da média para os meses de junho.
Segundo a CNI, o índice de satisfação com a margem de lucro para o setor de construção atingiu 30,6 pontos e o de satisfação com a situação financeira ficou em 34,2 pontos (ambos dentro da margem de erro).
Crédito
A sondagem da CNI revelou ainda que o índice de facilidade de acesso ao crédito alcançou 26,3 pontos, ainda “muito aquém da linha divisória de 50 pontos”.
Para os próximos meses, o cenário segue pessimista. Os índices medidos pela CNI, “que vinham mostrando pessimismo cada vez menor desde o início do ano, não melhoraram em julho”. “As perspectivas para os próximos seis meses são tão pessimistas quanto no mês anterior.”
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