Rombo pode ser ainda maior se não tiver ativação econômica, diz governador do RS

  • Por Jovem Pan
  • 28/12/2016 19h30
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Daniela Barcellos / Palácio Piratini José Ivo Sartori

Em reunião com sua equipe econômica, Michel Temer decidiu vetar o mecanismo que criou um programa de recuperação fiscal para estados que decretaram calamidade financeira. Entre eles estão Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. O estado da região do sul do país tomou uma série de medidas de corte de gastos nas últimas semanas, mas, segundo o governador José Ivo Sartori em entrevista exclusiva ao programa Radioatividade, da Rádio Jovem Pan, isto não é suficiente.

“Agora, com as medidas tomadas durante 2015 e 2016, vamos chegar a um déficit de R$ 5,5 bilhões em 2017 e R$ 8,8 bilhões em 2018. O plano de recuperação fiscal significaria para nós a oportunidade de, mesmo sem ingresso de dinheiro novo, praticamente alcançar o equilíbrio financeiro do estado do Rio Grande do Sul”, conta ele.

Sartori já implementou uma série de medidas para tentar conter a crise financeira do Rio Grande do Sul. A assembleia do Estado já extinguiu nove fundações, uma companhia, uma autarquia, reduziu o número de secretarias de 20 para 17, além de realizar mais de 1 mil demissões. Segundo o peemedebista, outras ações podem ser esperadas para reduzir ainda mais gastos.

“Tudo que encaminhamos agora faz parte de um projeto de gestão e, acima de tudo, de medição das responsabilidades, resultados e do papel que cada organização tem na vida da sociedade. Não é papel do estado, por exemplo, minerar carvão, quando há outras organizações nacionais e internacionais que podem fazê-lo. Não cabe ao Rio Grande do Sul ter uma organização para armazenamento de produtos agrícolas e de alimentos. Outras medidas terão que ser tomadas daqui para frente”, explica ele.

Sartori, entretanto, acredita que nada disto funcionará se não houver uma mudança econômica no país. Ele ainda defende uma mudança de autonomia dos estados e municípios.

“Se não tiver a ativação econômica, o crescimento e desenvolvimento econômico, todos teremos dificuldades. Não há ajuste fiscal ou qualquer outra atitude que venha superar isso se não tiver ativação econômica”, comenta ele. “Sou um defensor intransigente de que temos que nos preparar para ter um novo pacto federativo no país. Essa centralização excessiva sem autonomia mínima dos estados e municípios não é uma federação de verdade. Uma federação de verdade tem que ter as corresponsabilidades e atuação conjunta de todos para saber qual o papel a se desempenhar”, conclui.

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