RSF denuncia assassinato de jornalista paraguaio no Brasil
Paris, 9 mar (EFE).- A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciou nesta segunda-feira o assassinato do jornalista paraguaio Gerardo Servian Coronel, da rádio “Ciudad Nueva”, em crime ocorrido no Brasil, perto da fronteira com o Paraguai.
“Esse novo assassinato lembra a alarmante situação dos jornalistas na região”, indicou RSF em comunicado.
O repórter criticava a administração de sua cidade, Zanja Pytá, por isso a RSF pediu às autoridades de ambos os países para que levem em conta nas investigações que a profissão do repórter pode ter sido um dos motivos para o incidente.
“A RSF aconselha que as autoridades brasileiras empreendam uma investigação, independente e imparcial, e que não excluam a hipótese de que o homicídio pode estar relacionado a sua atividade profissional”, disse o representante para a América da organização defensora da liberdade de imprensa, Claire San Filippo.
A ONG pediu para que o crime “não engrosse a lista de assassinatos de jornalistas que permanecem na impunidade nesta região de fronteira” e solicitou “medidas de proteção eficazes para que os jornalistas possam realizar seu trabalho informativo nestes países sem temer pela vida”.
Esse foi o 17º assassinato de um jornalista paraguaio nos últimos 20 anos, “principalmente como represália por investigações sobre o elo entre as operações do crime organizado e as atividades políticas”, disse a RSF.
O eixo de fronteira do norte do Paraguai, onde fica o departamento de Amambay, é uma plataforma do tráfico de drogas com destino ao Cone Sul, zona muito perigosa para os jornalistas, que sofrem com a violência dos traficantes e de autoridades locais corruptas, acrescentou.
O Paraguai ocupa o 109º lugar entre os 180 países que compõem a Classificação Mundial da Liberdade de Imprensa 2015 da Repórteres sem Fronteiras. EFE
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